A capital mineira se transforma em palco de resistência e celebração com a Agenda RIC 2025, iniciativa que integra o Programa Rede de Identidades Culturais (RIC) – política permanente de promoção da igualdade racial da Prefeitura de Belo Horizonte. Durante todo o mês, a programação oferece oficinas de capoeira, shows, teatro, cinema e exposições que exaltam as raízes africanas na construção da identidade cultural da cidade.
Destaque para a Festa de Sant’Ana, tradicional celebração do Quilombo dos Luízes, marcada para 26 de julho. O evento, que inclui novena e o hasteamento da bandeira com congado, reforça a importância dos quilombos urbanos na história de Belo Horizonte. Além disso, o conteúdo digital “Personalidades Negras” homenageia Dona Maria Luiza Moreira, matriarca do Quilombo dos Luízes, cuja trajetória simboliza a luta pela preservação das tradições ancestrais.
No Teatro Raul Belém Machado, o Bloco da Esquina leva o carnaval para o palco em um show gratuito no dia 17, transformando clássicos do Clube da Esquina e da MPB em marchinhas contagiantes. Já o Teatro Marília recebe, no dia 19, o espetáculo “Afrozinha e o Baobá”, que une música, poesia e percussão para celebrar elementos como a boneca Abayomi, as tranças Nagô e a ancestralidade africana.
O Cine Santa Tereza promove, no dia 26, a Mostra Infâncias no Plural, com exibição de curtas-metragens e roda de conversa sobre diversidade na infância. Enquanto isso, os Centros Culturais espalhados pela cidade oferecem oficinas de dança afro e capoeira, como as do Coletivo Adayeba e da Capoeira Minas-Bahia, reforçando a descentralização da programação.
Criado em 2023, o Programa RIC reflete uma demanda histórica do movimento negro, alinhado às Leis 10.639 e 11.645, que instituíram o ensino obrigatório de história africana, afro-brasileira e indígena nas escolas. Mais do que eventos, a Agenda RIC 2025 é um ato político – uma reparação necessária em uma cidade que carrega, em sua formação, as marcas da diáspora africana.
