O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado em 25 de julho, é uma data que visa dar visibilidade às mulheres negras e promover políticas públicas para melhorar sua qualidade de vida. Essa data foi instituída em 1992, durante o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, em Santo Domingo, na República Dominicana.
Este foi um marco importante pela luta contra o racismo e o sexismo, problemas que afetam profundamente as mulheres negras na América Latina e no Caribe. No Brasil, por exemplo, as mulheres negras enfrentam desigualdades profundas em relação a outros grupos sociais, incluindo pobreza, sub-representação nos processos de tomada de decisão e violência e outros tipos de privações e violência.
Nesse contexto, é inspirador destacar trajetórias de mulheres negras que venceram barreiras e alcançaram cargos de comando. Diva Zitto, advogada e presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP), é um exemplo notável. Ela se tornou a primeira mulher negra a presidir a instituição após 89 anos de existência, demonstrando sua força e determinação.
Outra história inspiradora é a de Hamalli Alcântara, que se tornou a mais jovem editora executiva de uma publicação no Brasil, a revista RAÇA, que nasceu praticamente com a publicação que ano que vem completa 30 anos. Hoje, além de executiva da revista, acumula também o cargo executivo no Fórum Brasil Diverso.
Por último, não poderia deixar de fora a história da consagrada e internacional estilista Isa Silva, da marca Isaac Silva. Ela é a primeira estilista trans negra a apresentar sua marca nas passarelas do SPFW, uma das semanas de moda mais importantes do mundo. Isa tem sido um exemplo poderoso de superação, resiliência e autenticidade no mundo da moda. Seu trabalho tem se destacado pelas raízes negras, indígenas e baianas, que consegue traduzir em alta costura, um exemplo de diversidade e da inclusão até no lema da sua marca “Acredite no seu Axé”.
Três trajetórias e histórias de mulheres diferentes, mas unidas em um único ideal: o de mostrar que, embora as violências e privações existam neste Brasil de muitos contrastes, há também muitas histórias de sucesso e elas precisam ser conhecidas. Este é o propósito do evento a ser realizado no museu Afro Brasil, encerrando o mês da Mulher Negra, Latina e Caribenha, proposta essa que tem de ser estendida não só para julho, mas para todo o ano, enquanto não tivermos justiça e igualdade para todas e todos.