Revista Raça Brasil

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Documentário “InterPretar-me” entrelaça identidade, memória e força de mulheres negras

Mais que um penteado, as tranças carregam histórias, memórias e uma força que atravessa gerações. É essa potência que o documentário InterPretar-me revela ao público, trazendo para as telas a jornada de mulheres negras da periferia de Juiz de Fora (MG) em busca de reconexão com sua ancestralidade.

Dirigido por Sayô Amado, o filme acompanha 12 mulheres que, por meio de um curso de tranças afro, vão muito além do aprendizado técnico. Cada nó, cada entrelaçar de fios se transforma em um processo de cura, reconstrução de identidade e pertencimento. As histórias pessoais, contadas com afeto e intimidade, revelam as camadas de opressão e também de resistência vividas cotidianamente por essas mulheres.

A importância do documentário está em sua proposta sensível e política: dar visibilidade a saberes ancestrais que foram por muito tempo marginalizados e reafirmar que a beleza negra é potência. Ao registrar esse processo, InterPretar-me se torna mais do que uma obra audiovisual — é um instrumento de valorização cultural, empoderamento e memória viva.

Produzido por mulheres negras e com exibição gratuita no Cine Theatro Central, o projeto foi viabilizado por meio da Lei Paulo Gustavo e se destaca como um grito coletivo por representatividade. Trançar, neste contexto, é também tramar caminhos de liberdade, afeto e transformação social.

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