Um assistente de ensino do Colégio Bandeirantes, tradicional instituição de São Paulo, foi demitido após publicar uma mensagem antissemita em suas redes sociais. Wellington Zorzetti, que atuava na área de Física, compartilhou uma imagem que equiparava o sionismo ao nazismo, acompanhada da legenda “É isso!”. A escola, que foi marcada em uma denúncia feita pelo perfil “antisemita exposure” no Instagram, afirmou ter tomado medidas imediatas, destacando em comunicado que a postagem causou “profunda indignação e tristeza”.
O Bandeirantes, que possui uma significativa comunidade judaica em seu corpo discente, ressaltou que “atos de intolerância não representam quem somos e não têm espaço em nossa escola”. Zorzetti, contratado em fevereiro como assistente de ensino – função que inclui apoio pedagógico e substituição de professores –, teve seus perfis nas redes sociais apagados após o caso. O colégio Lourenço Castanho, onde ele também lecionava, igualmente o demitiu, afirmando em nota que a postagem causou indignação, especialmente entre famílias judaicas.
O caso reacende o debate sobre a responsabilidade de educadores em manter conduta ética dentro e fora das salas de aula. O antissemitismo, historicamente enraizado em discursos de ódio, ganha novos contornos nas redes sociais, onde manifestações discriminatórias podem viralizar rapidamente. O perfil que expôs Zorzetti alertou pais e escolas, mostrando como a vigilância digital tem se tornado uma ferramenta no combate ao preconceito.
Zorzetti, formado em Física pela USP, já havia trabalhado no Colégio Dante Alighieri, outra instituição renomada da capital paulista. A rapidez com que as escolas se posicionaram reflete a pressão por respostas firmes a casos de intolerância, especialmente em ambientes educacionais. Famílias judaicas do Lourenço Castanho elogiaram a “postura firme e ágil” da instituição, destacando a importância de ações imediatas contra o discurso de ódio.
O sionismo, movimento que originou a criação do Estado de Israel em 1947, é frequentemente alvo de distorções em narrativas antissemitas. A comparação com o nazismo, além de historicamente equivocada, minimiza o Holocausto e reforça estereótipos perigosos. Especialistas alertam que esse tipo de retórica, mesmo quando disseminada por indivíduos, pode ecoar em grupos extremistas, amplificando a discriminação.
O episódio serve como alerta para instituições de ensino sobre a necessidade de monitorar não apenas o desempenho acadêmico de seus funcionários, mas também suas manifestações públicas. Enquanto escolas buscam equilibrar liberdade de expressão e combate ao discurso de ódio, casos como esse evidenciam os desafios de educar em uma era de polarização e viralização de opiniões.