A ginasta Rebeca Andrade, maior nome da ginástica artística brasileira, anunciou nesta terça-feira (13/08) que não competirá mais na modalidade solo. A decisão, comunicada através de suas redes sociais, marca o fim de uma era para o esporte nacional. “Chegou o momento de me despedir das apresentações no solo para cuidar do meu corpo e prolongar minha carreira”, explicou a atleta, de 26 anos, que conquistou a medalha de ouro nesta prova nas Olimpíadas de Tóquio-2020.
A mudança significa o adeus a uma das provas que consagraram a brasileira no cenário internacional. Além do ouro em Tóquio, Rebeca levou a prata no solo nos Jogos do Rio-2016, tornando-se a primeira ginasta brasileira a subir no pódio olímpico nesta modalidade. Seus exercícios, marcados pela combinação perfeita entre técnica e expressão artística, eram considerados entre os mais criativos do circuito mundial.
Especialistas apontam que a decisão reflete uma tendência crescente entre atletas de elite de priorizar a longevidade esportiva. “O solo é a prova que mais exige impacto articular. Essa escolha estratégica pode permitir que Rebeca se mantenha competitiva no salto e barras por mais um ciclo olímpico”, analisou o técnico Fernando de Carvalho, em entrevista ao UOL. A ginasta segue preparando-se para o Campeonato Mundial de outubro, onde defenderá seus títulos nas outras provas.
O anúncio deixou fãs e admiradores emocionados nas redes sociais, onde a hashtag #ObrigadaRebecaSolo chegou aos trending topics do Twitter. Muitos relembraram momentos históricos, como sua apresentação perfeita em Tóquio, que recebeu nota 14,966. “Ela reinventou o que significa ser uma ginasta brasileira”, postou a ex-atleta Daiane dos Santos.
A saída de Rebeca do solo abre espaço para uma nova geração de ginastas. A jovem Júlia Soares, 17 anos, campeã juvenil sul-americana, aparece como principal candidata a assumir a liderança brasileira na prova. “Rebeca deixou um legado impossível de ignorar. Nosso desafio agora é construir sobre esse alicerce”, declarou a presidente da Confederação Brasileira de Ginástica.
Embora encerre um capítulo importante, a decisão mantém viva a esperança de ver Rebeca brilhar. Concentrada agora no salto (sua prova mais premiada) e nas barras assimétricas, a ginasta demonstra que, mesmo aos 26 anos, continua escrevendo história para o esporte brasileiro. Sua trajetória serve de lição: às vezes, recuar em uma frente é a melhor estratégia para avançar em outras.