Revista Raça Brasil

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Aos 45 anos Venus Williams quebra barreiras com convite para US Open

A tenista Venus Williams, dona de sete títulos de Grand Slam, recebeu um convite especial (wild card) para disputar o US Open 2025, aos 45 anos. O anúncio, feito pela organização do torneio nesta quarta-feira (14/08), vai além de uma simples participação: marca a resistência de uma lenda viva do tênis em um esporte cada vez mais dominado por atletas jovens. Venus, que já havia recebido o mesmo convite em 2022, retorna a Flushing Meadows não apenas como competidora, mas como um ícone da evolução do tênis feminino nas últimas três décadas.

Mais do que uma história de superação etária, a presença de Venus no US Open simboliza a luta por longevidade e respeito no tênis feminino. Enquanto o circuito masculino celebra veteranos como Roger Federer e Rafael Nadal competindo em alto nível após os 35 anos, as tenistas muitas vezes são pressionadas a se aposentar mais cedo. Venus desafia esse padrão – mesmo após ser diagnosticada com a síndrome de Sjögren em 2011, uma doença autoimune que causa fadiga crônica, ela continuou competindo e se tornou voz ativa na defesa da igualdade de premiações entre homens e mulheres.

O convite também reflete uma mudança na mentalidade das organizações de Grand Slam. Nos últimos anos, torneios têm usado wild cards não apenas para revelar jovens promessas, mas para celebrar carreiras que moldaram o esporte. Em 2022, quando Venus jogou o US Open após dois anos afastada, sua partida teve a presença da irmã Serena na plateia – um momento emocionante que transcendeu o jogo em si. Agora, em 2025, a expectativa é que sua participação sirva de ponte entre gerações, inspirando jovens tenistas que cresceram assistindo às irmãs Williams dominarem as quadras.

Apesar do simbolismo, Venus não chega ao US Open como mera homenagem. Mesmo aos 45 anos, ela segue treinando e disputando torneios, como o WTA 250 de Cleveland neste ano. Seu jogo, baseado em potência e agressividade, pode não ser o mesmo de 20 anos atrás, mas sua inteligência tática e experiência ainda a tornam uma adversária perigosa. Em 2022, ela provou que podia surpreender ao vencer a primeira rodada antes de cair para Alison Van Uytvanck.

Além do aspecto esportivo, a participação de Venus reacende debates importantes: até que ponto o tênis valoriza suas lendas vivas? Por que o circuito feminino ainda vê com ceticismo atletas acima dos 40, enquanto o masculino as celebra? Sua presença no US Open é um lembrete de que o esporte é feito não apenas de rankings, mas de histórias que inspiram milhões.

Seja qual for o resultado em quadra, Venus Williams já escreveu seu nome na história do tênis. Seu retorno a Nova York em 2025 não será medido apenas em games ou sets, mas no legado que ela carrega – uma carreira que redefiniu o possível para as mulheres no esporte, quebrou barreiras raciais e, agora, desafia noções preconcebidas sobre idade e declínio. Enquanto muitos atletas se aposentam cedo para virar comentaristas, Venus prova que ainda há capítulos para serem vividos dentro das linhas da quadra.

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