Durante o Festival de Cinema de Veneza, em uma entrevista de divulgação do filme After the Hunt, Ayo Edebiri se viu em uma situação delicada ao lado de Julia Roberts e Andrew Garfield. A jornalista italiana Federica Polidoro questionou apenas os dois colegas sobre o futuro dos movimentos #MeToo e Black Lives Matter, ignorando a presença da atriz, que simbolicamente representa justamente parte do debate levantado. A escolha gerou desconforto imediato no ambiente, com Roberts pedindo que a repórter repetisse a pergunta e Garfield demonstrando surpresa.
Edebiri, mesmo não sendo diretamente interpelada, decidiu se pronunciar. De forma elegante e firme, afirmou que não acredita que esses movimentos tenham acabado, ressaltando que, embora as hashtags não apareçam com a mesma força nas redes sociais, há ativistas e pessoas dedicadas diariamente a causas fundamentais de justiça social. Sua fala foi recebida como uma demonstração de inteligência e sensibilidade, transformando um momento constrangedor em uma reflexão necessária.
Roberts e Garfield apoiaram a colega, reforçando a ideia de que a luta continua, ainda que menos visível nas manchetes. O gesto conjunto acabou esvaziando a tentativa de reduzir a relevância dos movimentos e fortaleceu a percepção de que se tratam de pautas em constante construção, que não se encerram com a diminuição da atenção midiática.
A cena repercutiu rapidamente nas redes sociais e viralizou. Muitos internautas elogiaram a postura de Edebiri, destacando sua capacidade de responder com graça e firmeza diante de uma exclusão que, intencional ou não, expôs como ainda há falhas de sensibilidade em espaços de mídia. A opinião pública se mobilizou em defesa da atriz, apontando o episódio como exemplo de como vozes essenciais muitas vezes são ignoradas em debates que lhes dizem respeito.
A jornalista Federica Polidoro tentou se defender posteriormente, afirmando que sua intenção havia sido mal interpretada e que não houve qualquer viés discriminatório. Ainda assim, a explicação não foi suficiente para conter as críticas, já que muitos enxergaram na sua conduta um simbolismo maior sobre exclusão e invisibilização.
O episódio deixou claro que entrevistas podem transcender a promoção de um filme e se transformar em arenas de debate social. Ayo Edebiri não apenas se posicionou com firmeza diante da exclusão, como também reforçou a permanência de lutas fundamentais. Sua resposta elegante tornou-se um lembrete de que movimentos como #MeToo e Black Lives Matter seguem vivos, independentemente de estarem ou não no centro do noticiário.
