A vida de João Pedro Medeiros, o Medeirozz, sempre foi marcada pela música. Cresceu em Campo Grande cercado pela influência da mãe, que carregava no coração a força do hip-hop. Mas, por trás do menino quieto e tímido, havia um mundo de sentimentos que pediam espaço. E foi justamente na escrita que ele encontrou uma forma de se libertar.
“Minha vida sempre foi muito musical. Minha mãe ouvia muito rap, black music, e isso ficou marcado em mim”, relembra.
Ainda adolescente, entre dilemas e descobertas, começou a escrever poemas como quem busca um respiro. A escrita virou ponte para a música, e a música virou coragem. A timidez que antes o limitava foi transformada em rima, em voz, em palco.
Em 2023, Medeirozz gravou sua primeira faixa. No ano seguinte, lançou “Jovem Adulto”, uma música intimista que fala sobre responsabilidades, amizades e o peso de crescer. “Talvez seja minha faixa mais pessoal”, diz.
Hoje, aos 22 anos, prepara o lançamento de seu primeiro álbum, dividido em dois volumes e batizado de “Músicas de amores que não duraram”. O projeto mostra um Medeirozz mais aberto, misturando rap com funk, piseiro e outras sonoridades. “Quando comecei, eu dizia que nunca ia falar sobre amor. Mas percebi que existem muitas formas de tratar o tema”, confessa.
Além de cantar, compor e rimar, ele também se dedica a movimentar a cena cultural da cidade, organizando batalhas de rima e incentivando outros jovens a encontrarem na arte a mesma força que ele encontrou. Atualmente, integra o projeto Bolsa Artista da UEMS, onde está preparando sua primeira apresentação oficial.
Para Medeirozz, cada rima é mais que uma música: é um retrato de sobrevivência.
“Tudo começou como uma forma de me expressar. A arte me ensinou a organizar o que eu sentia e a transformar isso em música. Hoje, vejo que não é sobre idade, e sim sobre acreditar na arte e se entregar a ela”, afirma.
