Uma nova chamada nacional vai destinar R$ 1 milhão para apoiar pesquisas voltadas ao fortalecimento da igualdade racial. O edital busca incentivar projetos que promovam oportunidades, defendam direitos da população negra e enfrentem o racismo por meio da produção científica. As inscrições ficam abertas até 27 de outubro e cada proposta poderá receber até R$ 100 mil, sendo R$ 80 mil para bolsas e R$ 20 mil para custeio.
A iniciativa estabelece oito linhas temáticas, que incluem a análise e avaliação de políticas públicas de promoção da igualdade racial, estudos sobre discriminação a partir de pesquisas de opinião e a criação de observatórios dedicados ao monitoramento da pauta. O objetivo é produzir conhecimento qualificado que contribua para a formulação e o aprimoramento de ações voltadas à justiça racial.
Um diferencial do edital é priorizar a participação de pesquisadores negros e de grupos historicamente marginalizados, como quilombolas, povos de terreiro e comunidades ciganas. As equipes devem ter maioria de integrantes autodeclarados negros, além de garantir a presença mínima de mulheres. O coordenador precisa ter ao menos título de mestre e vínculo com instituição de pesquisa ou ensino superior.
Ao investir em pesquisas lideradas por vozes que vivenciam diretamente os efeitos do racismo, a chamada busca democratizar o acesso à ciência e ampliar os sujeitos que produzem conhecimento no Brasil. Essa escolha fortalece tanto a diversidade acadêmica quanto a representatividade social no campo científico.
Embora o investimento seja relevante, o montante ainda pode ser considerado limitado diante da amplitude do tema e da complexidade dos estudos necessários. Projetos que envolvem trabalho de campo, deslocamentos e cooperação internacional, por exemplo, podem enfrentar restrições orçamentárias. O desafio também está em garantir que os resultados se convertam em políticas públicas efetivas e em impactos concretos para as comunidades envolvidas.
Ainda assim, a chamada representa um avanço importante ao reconhecer a ciência como ferramenta de transformação social. Ela sinaliza que enfrentar o racismo exige não apenas ações afirmativas no presente, mas também produção de conhecimento capaz de guiar políticas futuras, dar visibilidade a trajetórias silenciadas e consolidar a igualdade racial como valor estruturante da sociedade.
Essa publicação é fruto de uma parceria especial entre a Revista Raça Brasil e o Fórum Brasil Diverso, evento realizado pela Revista Raça Brasil nos dias 10 e 11 de novembro, que celebra a diversidade, a cultura e a potência da música negra brasileira. Não perca a oportunidade de participar desse encontro transformador — inscreva-se já http://www.forumbrasildiverso.org