A soprano capixaba Lorena Pires, de 25 anos, entrou para a história ao se tornar a primeira mulher brasileira a integrar a Academia de Ópera de Paris. De origem quilombola, ela celebra a conquista como um marco pessoal e coletivo, representando a força da presença negra na música erudita internacional.
Natural de Vitória, Lorena descobriu sua paixão pela ópera em 2016, após uma fase dedicada ao canto popular. Desde então, mergulhou nos estudos formais de música e construiu uma trajetória marcada por disciplina, talento e reconhecimento em competições de prestígio.
Um dos momentos decisivos de sua carreira foi a vitória no concurso de canto Joaquina Lapinha, voltado a cantores negros, pardos e indígenas. O prêmio não apenas consolidou sua visibilidade, como também reafirmou seu papel em um cenário ainda marcado por desigualdades raciais e de gênero.
Apesar dos desafios — desde barreiras financeiras até o peso de ser uma mulher negra em espaços historicamente elitizados — Lorena afirma que se apoia em bases sólidas, sem perder a clareza sobre seus objetivos e a confiança em seu caminho artístico.
Com sua entrada na Academia, a cantora se junta a outros brasileiros já presentes na instituição, mas é a primeira mulher do país a conquistar esse posto. Em breve, participará de uma turnê que passará por São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, levando ao público um repertório que une músicas brasileiras e francesas.
Sua trajetória inspira jovens artistas e reafirma a importância da representatividade nos palcos do mundo, provando que o talento aliado à resistência pode abrir novas portas para as próximas gerações.
Essa publicação é fruto de uma parceria especial entre a Revista Raça Brasil e o Fórum Brasil Diverso, evento realizado pela Revista Raça Brasil nos dias 10 e 11 de novembro, que celebra a diversidade, a cultura e a potência da música negra brasileira. Não perca a oportunidade de participar desse encontro transformador — inscreva-se já www.forumbrasildiverso.org
