No Amazonas, um projeto tem mudado realidades e aberto portas para quem sempre enfrentou barreiras no mercado de trabalho digital. É a Awalé, edtech criada por Rosângela Menezes em 2021, que já capacitou mais de 130 pessoas e ajudou famílias a aumentarem a renda em até R$ 3 mil.
A proposta nasceu de uma inquietação pessoal. “Criei a Awalé depois de deixar meu emprego e perceber que poderia usar minha experiência em comunicação e marketing para formar pessoas – seja para atuar como freelancer, conquistar um emprego ou digitalizar seus próprios negócios. Durante a pandemia, vi muitos pequenos empreendimentos fecharem por falta de digitalização, e isso me motivou profundamente”, conta Rosângela, que se identifica como mulher amazônida.
Oportunidade para quem mais precisa
Desde o início, a Awalé tem um recorte claro: formar pessoas negras e indígenas. A escolha não é à toa. Segundo dados da RAIS (2024), mulheres negras têm a maior taxa de desemprego do país (10,1%), mais que o dobro da registrada entre homens não negros (4,6%). “Nosso objetivo é romper essas barreiras e preparar profissionais para que ocupem espaços de protagonismo”, explica Rosângela.
Nova formação em Social Media
Agora, a edtech está com inscrições abertas para a Formação em Social Media, até o dia 30 de setembro. As aulas começam em 4 de outubro e têm duração de 12 semanas, somando 100 horas de conteúdo. O curso é gratuito para bolsistas e também oferece a opção de valor social.
A formação combina aulas ao vivo, conteúdos gravados, mentorias com especialistas e workshops técnicos. Além disso, inclui um módulo de gestão financeira, pensado para quem deseja empreender ou trabalhar como freelancer.
“O mercado digital em Manaus está em crescimento, mas ainda é desigual. Mesmo capacitadas, pessoas negras muitas vezes ficam restritas a cargos de estágio ou assistência, sem chegar a funções mais qualificadas”, aponta Rosângela.
Muito além da técnica: protagonismo
Mais que ensinar ferramentas digitais, a Awalé aposta no poder da educação como transformação de vidas. “Queremos ampliar oportunidades no Norte e chamamos empresas comprometidas com ESG a apoiar bolsas e contratações. Nossa missão é formar profissionais que não apenas ingressem no mercado, mas também prosperem nele”, reforça a fundadora.
Para muitos alunos, a experiência representa um marco: é o começo de uma nova história, que conecta ancestralidade, tecnologia e futuro.
