Aos 82 anos, Milton Nascimento enfrenta um diagnóstico de demência por corpos de Lewy, uma condição neurodegenerativa que combina sintomas cognitivos, motores e psiquiátricos. A doença é marcada pelo acúmulo de proteínas anormais no cérebro, que comprometem o funcionamento dos neurônios e provocam alterações progressivas na saúde.
Entre os principais sinais, estão as flutuações cognitivas. O paciente pode alternar momentos de lucidez com períodos de confusão, o que dificulta a percepção de rotina e decisões simples do dia a dia. Também são comuns as alucinações visuais, que se tornam um desafio para a pessoa afetada e para os cuidadores.
A condição costuma se manifestar a partir dos 60 anos e está associada ao envelhecimento. Fatores de estilo de vida podem influenciar a velocidade de progressão dos sintomas, tornando fundamental a adoção de hábitos saudáveis e acompanhamento médico constante.
Além das alterações cognitivas e sensoriais, a demência por corpos de Lewy traz manifestações semelhantes às do Parkinson. Entre elas estão a rigidez muscular, a lentidão nos movimentos, alterações de postura e a redução da expressão facial.
No caso do cantor, o impacto é ainda mais delicado por sua trajetória artística. Reconhecido como uma das vozes mais marcantes da música brasileira, Milton atravessa este momento cercado pelo carinho dos fãs e pela atenção da família.
A convivência com a demência exige cuidados multidisciplinares e adaptação da rotina. Apesar dos desafios, a força de sua obra e o afeto do público continuam a acompanhar Milton Nascimento, que permanece como símbolo de resistência e sensibilidade na cultura nacional.