O Brasil ainda é um país onde ser mulher, negro ou pertencer ao grupo LGBTQI+ é um desafio constante e, muitas vezes, mortal. O caso de Vitória, uma adolescente de 16 anos, vítima de um lesbocídio brutal em Parelheiros, na zona sul de São Paulo, é apenas mais um exemplo da violência que assola esses grupos. O assassino, Rogério Ambrosino Leite, de 46 anos, confessou o crime, revelando a motivação cruel por trás do ato: ele não aceitava o relacionamento da filha com a namorada Vitória.
A violência contra a comunidade LGBTQI+ no Brasil é alarmante. O país é um dos mais letais do mundo para pessoas LGBTQI+. Há três anos, em 2022, foram registrados, somente naquele ano, 276 assassinatos de pessoas LGBTQI+, sendo a maioria das vítimas gays e travestis negras. Esses números representam apenas a ponta do iceberg, já que muitos casos sequer são notificados.
A violência contra mulheres também é uma realidade cruel em nosso país. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, também em 2022 foram registrados 1.410 feminicídios, com uma taxa de 1,4 mortes para cada 100 mil mulheres. Além disso, a violência doméstica e familiar continua sendo uma das principais causas de morte de mulheres no território nacional.
O caso de Vitória é um exemplo trágico de como a violência pode ser motivada por preconceito e ódio. A adolescente foi assassinada pelo pai de sua namorada, que não aceitava a relação entre as duas. Esse crime é uma demonstração clara de como a homofobia e o machismo caminham lado a lado, resultando em consequências devastadoras.
É fundamental que o Estado e a sociedade brasileira tomem medidas concretas para proteger esses grupos vulneráveis. Isso inclui a implementação de políticas públicas eficazes de prevenção à violência, o apoio às vítimas e a punição exemplar aos criminosos. Além disso, é urgente promover uma mudança cultural profunda, baseada na igualdade e no respeito à diversidade.
Sem a aceleração dessas políticas, casos como o de Vitória continuarão a acontecer, e a violência contra mulheres, negros e pessoas LGBTQI+ seguirá sendo uma triste realidade no Brasil. É hora de agir. É hora de dizer basta à violência e ao preconceito. É hora de construir um país mais justo e igualitário para todos — e isso começa, essencialmente, pela educação e dentro de casa.







