Sabrina Sato vive o tipo de rotina que parece ter mais horas do que um dia comum. Enquanto grava o novo programa do GNT, “Sua Maravilhosa” — onde se disfarça para conversar com mulheres anônimas e conhecer suas histórias —, ela também se divide entre o cuidado com a filha Zoe, o apoio ao pai, diagnosticado com câncer, e os preparativos para o Carnaval, quando vai brilhar novamente na avenida pela Gaviões da Fiel, em São Paulo, e pela Vila Isabel, no Rio.
No meio disso tudo, Sabrina tem aprendido a se cuidar e a se respeitar. “Eu sou muito cuidadosa comigo porque pago um preço alto. Tenho TDAH, e minha rotina é intensa, então preciso de pessoas que me ajudam a lembrar o que tenho que fazer. Mas nem tudo sai como planejado, e eu também não sou essa pessoa tão regrada”, contou, rindo de si mesma — um riso que, de algum jeito, alivia o peso de quem tenta dar conta de tudo.
Hoje, ela reconhece que a maturidade trouxe outro olhar sobre a vida. “Antes da Zoe, eu saía pra sambar, bebia todas, já fui gravar no dia seguinte com a mesma maquiagem (risos). Tenho uma alma nômade, gosto de gente, de estar em roda, no boteco, no samba. Mas também sou essa mulher que ama treinar, cuidar do corpo e buscar equilíbrio. É difícil, porque parece que sempre estamos devendo pra algum lado.”
Zoe, de 6 anos, entende o corre da mãe — e traz leveza pra rotina. “Ela sabe quando tô indo trabalhar e adora ver meus programas. Mas acho que vai escolher o caminho oposto (risos). As amiguinhas piram com maquiagem e salto, e ela quer só ficar de roupinha de malha o dia todo. Ela é do conforto.”
Mais do que artista, Sabrina é espelho de muitas mulheres que aprendem a se acolher sem deixar de sonhar. Criada em Penápolis, no interior de São Paulo, ela lembra que já tentaram mudar seu sotaque e jeito de falar — algo que hoje é uma das suas marcas mais queridas. “Tentaram mudar meu sotaque, mas não conseguiram. Soava falso. A minha fala é a minha raiz, representa o lugar de onde vim. Sempre fui mais amada quando estava sendo eu mesma, mesmo que não agradasse todo mundo.”
Autêntica, divertida e humana, Sabrina mostra que força não é sobre aguentar tudo sozinha, mas sobre se permitir viver com verdade — mesmo em meio ao caos. Ela é o retrato de uma geração de mulheres que estão aprendendo a se aceitar, a desacelerar e a não pedir desculpas por serem quem são.
No fim das contas, talvez ser “maravilhosa”, como o nome do seu programa diz, seja justamente isso: continuar sendo você, com toda bagunça, brilho e verdade que isso carrega.






