Revista Raça Brasil

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Flup celebra Conceição Evaristo: a força da literatura negra que transforma o Brasil

Em 2025, a Festa Literária das Periferias (Flup) fará história: pela primeira vez, uma escritora será homenageada em vida. E essa escritora é Conceição Evaristo, uma das vozes mais potentes da literatura contemporânea, que há anos transforma histórias individuais em narrativas coletivas de resistência, memória e sonho.

A 15ª edição do festival acontecerá entre 19 e 23 e 27 e 30 de novembro, no Viaduto de Madureira, no Rio de Janeiro, reunindo autores, artistas e pensadores do Brasil e do mundo, e promovendo encontros com a comunidade, oficinas, debates e apresentações artísticas. “Homenagear Conceição é reconhecer a escrevivência como um gesto político e poético, capaz de reencantar o mundo a partir das vozes negras e periféricas”, afirma Julio Ludemir, idealizador e curador da Flup.

Para Ludemir, a trajetória de Conceição simboliza muito do que a Flup celebra: um Brasil popular, periférico, feminino e negro, que cria utopias apesar das adversidades. “Ela é a prova viva de que, mesmo diante de desigualdades históricas, é possível transformar dor em literatura, dor em força, e força em inspiração para milhões de pessoas”, diz.

Durante o festival, Conceição participará de todos os dias do evento, ao lado de nomes como Achille Mbembe, Ana Maria Gonçalves, Mireille Fanon Mendès-France e Eliana Alves Cruz. No palco, também se apresentam Sandra Sá, Mano Brown, Luedji Luna, Jonathan Ferr e Majur. Além disso, o evento abriga o Festival Literário da Igualdade Racial (FLIIR) e as semifinais do Campeonato Brasileiro de Slam Poetry (Slam BR), celebrando poesia, música e narrativas periféricas.

“A Flup é um espaço onde a palavra, o corpo e o território se encontram. E quando se homenageia Conceição, homenageia-se o Brasil que nunca deixou de acreditar no futuro”, reflete Ludemir. Segundo ele, ao ler cada vírgula da autora, sente-se a história viva de um país que luta, que sonha e que se reinventa diariamente.

Além de literatura, a Flup reafirma sua missão de fortalecer a presença negra na cultura e na educação, construindo pontes internacionais com parceiros na França e no Reino Unido, e mostrando que a força da periferia vai muito além de qualquer fronteira. “A Flup, desde sua criação, convenceu o mundo da potência da cultura periférica antes mesmo de ser plenamente compreendida no Brasil”, conclui Ludemir.

Conceição Evaristo não é apenas homenageada: ela é a prova de que a literatura negra transforma vidas, toca corações e inspira o país a sonhar mais alto.

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