Antes de o Brasil sonhar com medalhas, uma menina de Porto Alegre já sonhava em voar. Daiane dos Santos, a primeira campeã mundial brasileira de ginástica artística, agora terá sua trajetória contada nos cinemas, no filme A Menina Que Voa. Uma homenagem em vida à mulher que transformou limites em asas — e se tornou símbolo de representatividade e superação.
“É uma honra poder ter essa homenagem em vida, ter a minha história contada ali nas telinhas. A gente tem feito esse filme com muito carinho. Espero que A Menina Que Voa inspire todos vocês a voar cada vez mais alto”, disse Daiane, emocionada, durante a Feira Internacional de Turismo de Gramado (Festuris).
Mas o longa vai além das medalhas. Ele mergulha nas origens de uma menina negra que enfrentou o racismo, as dificuldades financeiras e a solidão de abrir caminhos num esporte que, por muito tempo, não a esperava. Daiane não apenas conquistou o mundo — ela ressignificou o que significa vencer.
Com roteiro de Janaina Tokitaka e Flávia Vieira, o filme mostra que o “voar” de Daiane é sobre mais do que acrobacias. É sobre coragem, fé, e o poder de quem se recusa a aceitar que seu lugar é limitado pelo olhar do outro.
E o brilho dessa história promete ir ainda mais longe: a atriz e produtora Viola Davis, ícone da luta por igualdade racial, está envolvida no projeto, ampliando o alcance e o impacto internacional da obra.
“A gente ainda está nessas organizações, escolhendo os personagens. Mas aguardem, vai ser demais. Estamos fazendo com muito carinho”, contou Daiane.
A ex-ginasta marcou o esporte com dois movimentos eternizados pela Federação Internacional de Ginástica — o Dos Santos I e o Dos Santos II, este último nunca repetido com sucesso por outra atleta. Seu nome está gravado, literalmente, na história da ginástica mundial.
Hoje, aos 42 anos, Daiane segue inspirando dentro e fora das quadras. É comentarista, empresária, palestrante e voz ativa na defesa da inclusão no esporte.
Sua trajetória mostra que representatividade também é um salto — um salto que, quando dado, faz o mundo inteiro acreditar que voar é possível.







