A CARREIRA DO COMPOSITOR ALTAY VELOSO

Saiba mais sobre a carreira do compositor Altay Veloso

 

TEXTO: Oswaldo Faustino | FOTOS: Arquivo Pessoal/Divulgação | Adaptação web: David Pereira

O músico e compositor Altay Veloso | FOTO: Arquivo Pessoal/Divulgação

O músico e compositor Altay Veloso | FOTO: Arquivo Pessoal/Divulgação

“São 40 anos de aventuras
Desde que mãe teve a doçura

De dar a luz pr’esse seu nego

E a vida cheia de candura

Botou canção nesses meus dedos

E me entregou uma partitura

Pra eu tocar o meu enredo…”

Os versos acima, que renderam gravações memoráveis de Emílio Santiago e Leny Andrade, já completaram 23 anos, mas o enredo do compositor, cantor e instrumentista Altay Veloso continua sendo levado em frente com firmeza e altivez: “Vivo há 63 anos na mesma casa em que minha mãe teve a doçura de me dar à luz. Ela foi construída no terreno comprado por meu avô, aqui em São Gonçalo, na primeira metade do século passado. Além de proporcionar boa qualidade de vida a minha família, minhas músicas me deram a candura e condições para eu pesquisar e escrever a ópera ‘Alabê de Jerusalém’, lembra. Além das grandiosas montagens, concertos e um monólogo, esta obra rendeu também um livro escrito por Altay em três meses, que está esgotado, mas será relançado e também se tornará história em quadrinhos.

De suas quase 500 composições em diversos estilos, não são poucas as que se tornaram sucesso nas vozes de artistas como Roberto Carlos, que gravou “Dito e Feito”, e Nana Caymmi, com “Bolero de Neblina”. Não faltaram sambas, românticas e pagodes como “Interfone”, com Alexandre Pires, “Absoluta”, com Negritude Jr., “Dez a Zero”, com Exaltasamba, “Farol das estrelas”, com Belo, entre tantas outras.

Alcione gravou várias. A maioria traz as marcas da negritude e do sonho de uma harmonia universal, como se pode constatar em “Sinfonia da Paz”, que ganhou um vídeo no YouTtube, em que ela canta à capela, acompanhada apenas por um “surdão” do Olodum.

Mais sobre a carreira de Altay Veloso: Quem olha para a longacarreira artística desse neto de um acordionista, filho de jonqueiro e compositor capixaba com uma sacerdotisa da Umbanda, pode estranhar que tanto talento só tenha resultado na gravação de cinco discos – os LPs “O cantador” (1980), “Avatar” (1983) e “40 anos” (1991); e os CDs “Altay Veloso” (2002) e “Alabê de Jerusalém” (2003). Ele explica que tudo em sua vida é feito com muito cuidado, extrema calma e reelaborado até ficar como considera ideal. “A música ‘40 Anos’, por exemplo, comecei a escrever no dia em que completei essa idade. Coloquei ao telefone uma parte da gravação para Paulo Cesar Feital, meu parceiro mais constante, ouvir. Ele veio para minha casa e trabalhamos a noite inteira, até de manhã. A canção ficou com 12 minutos. Reduzimos para 5 minutos e meio e Emilio Santiago gravou. Continuamos mexendo na composição durante os quatro anos seguintes. A letra gravada por Leny Andrade tem versos que Emílio não gravou. E grande parte da letra nem foi aproveitada”, revela.

Da mesma forma, “Alabê de Jerusalém” é resultado de mais de 20 anos de pesquisas, consultas, composições, longas pausas e viagens a Nova Iorque, onde o compositor assistiu a um grande número de musicais, e também à Nigéria e a Israel: “Fomos visitar lugares e pedir licença à terra para contar essa história. Na segunda vez em que fui a Israel, minha mulher, Maria Célia, e eu permanecemos por uma semana em Jerusalém, cidade sagrada tanto para judeus, quanto para cristãos e muçulmanos. É uma viagem que sugiro a todo mundo. A gente chora de emoção a cada dois minutos. Estou doido para voltar e visitar novamente a mesquita da cúpula dourada,um dos sítios mais sagrados do Islã”, confessa o compositor.

 
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