A diversidade cultural é chave essencial para o progresso no ambiente empresarial. O futuro é hoje!

*Por Marta Celestino
 

Em um mercado cada vez mais globalizado, a diversidade e a cultura vão além de respeito e aceitação das diferenças e não são – muito menos – apenas um programa social. Segundo a consultoria americana Gartner, em uma pesquisa de 2019, concluiu-se que as equipes inclusivas e com diversidade de gênero performaram 50% melhor do que as equipes com menos diversidade. Para as empresas a mensagem é urgente: A pluralidade de culturas é elemento estratégico na pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e serviços, já que dinheiro não tem cor para a grande maioria das marcas.

Atualmente, todos querem vender para qualquer pessoa que queira consumir. Em outras palavras, as empresas querem aumentar a sua fatia de market share e quanto mais diversas forem, maior será seu entendimento da dinâmica do consumo, da demanda existente e das possibilidades de criação de necessidades, que é o papel fundamental do marketing. Todavia, promover a multiplicidade cultural dentro das empresas é uma construção, e essa construção parte de furar bolhas, provocar reflexão e até desconforto. E o incômodo é uma espécie de combustível.

Recorro a Ebony English School, a primeira escola de idiomas com foco na cultura negra no Brasil e que também faz um trabalho B2B, para dar um exemplo de como podemos pensar o impacto da cultura nas organizações e, enquanto, um expoente importante no processo educacional, visto que é uma abertura para trabalharmos não só a diferença cultural, mas, consequentemente, mobilizar os envolvidos a refletir sobre o tema, para além do quadro ou de suas vivências individuais.

Dessa forma, um do eixos da instituição, a ebony corporate, atende empresas interessadas em transitar pelos ambientes culturais diversos, e utiliza da educação para fundamentar este processo, já que entendemos que o sistema e, principalmente, o modo de nos comunicar nesse ambiente, que, alinhado à estrutura das instituições, tem dificuldade de navegar não só pela temática racial ou de DE&I, mas nas demais camadas lidas como minoritárias.

Fazer esse trabalho de base por meio do inglês é uma ferramenta de grande potência e, olhando para o mercado, de forma estratégica, pois além de aprimorar o colaborador, reconfigura-se o ambiente de trabalho, e consequentemente, a cultura organizacional da empresa dará um giro de 360° graus.

Resgato, novamente, as premissas da Ebony que têm como material didático e referencial a cultura afro, em sua totalidade e em diáspora: Para um colaborador negro, por exemplo, ter como benefício um curso de idiomas que não somente conte a história da África e toda a sua riqueza, como também tem um modelo de aprendizagem afrocentrado, gera um sentimento de pertencimento e identificação. O resultado é a transformação do ambiente, um espaço que não só acolhe a diversidade mas que também navega pelas interseccionalidades e para além disso, evidencia-se uma pluralidade de protagonismo, não terá apenas um corpo específico tendo narrativas contadas ou representadas, ainda que no ambiente corporativo.

É preciso fazer a diferença nos negócios e quebrar uma lógica que há muito tempo não considera mais da metade da população. Costumo dizer que o futuro é hoje, e não há melhor momento para se falar de diversidade, se não agora. Que possamos seguir em abundância, com perspectivas diversas e com empresas e instituições com perfis reais. É preciso descolonizar e dar o passo rumo a um futuro equânime, dinâmico, plural e diverso, tal qual são as pessoas consumidoras dos produtos e serviços, tal qual é a sociedade em que vivemos.

*Marta Celestino é Pesquisadora, Yalorixá, Consultora em Inovação e Diversidade, e CEO da Ebony English School

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