A história de Angola

Conheça um pouco mais da história de Angola

 

TEXTO: Oswaldo Faustino | FOTOS: Divulgação | Adaptação web: David Pereira

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Conheça um pouco mais da história de Angola.

A ANGOLA DO PASSADO

A origem do nome Angola deve-se ao mais próspero dos reinos que existiram naquela região, o de N’dongo, cujo rei ou rainha tinha o título N’gola. Durante décadas, o N’gola Kiluange manteve aliança com os estados vizinhos para resistir à invasão estrangeira. No início do século XVII, estava no poder a N’gola N’zinga M’bandi, filha de Kiluange, também chamada de Rainha Jinga (ou Ginga) – cuja fama chegou ao Brasil e hoje é cultuada principalmente nos estados do Maranhão e da Bahia. Política astuta, ela uniu o N’dongo a Matamba, e tornou-se N’gola dos dois reinos. Acordos quebrados, ela criou quilombos, aliou-se aos holandeses e aos jagas no combate a Portugal. Foram 40 anos de resistência.Em 1659, N’zinga assinou um tratado de paz com Portugal e reinou no N’dongo até morrer, em 1663, aos 80 anos.

A Conferência de Berlim, de fevereiro de 1884 a fevereiro de 1885, reconheceu a posse de Angola e demais países lusófonos a Portugal. Na segunda metade do século 20, iniciaram-se confrontos promovidos pelos grupos rebeldes Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), criada por Jonas Savimbi, que guerreava no sul do país, e a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), de Holden Roberto.

O país conquistou sua independência em 1975, através de um acordo político que só foi possível após a derrubada do ditador português António de Oliveira Salazar. O acordo previa que os três grupos transformados em partidos políticos teriam representação no poder. Acordo quebrado, iniciou-se a guerra civil que vitimou cerca de 500 mil angolanos e só se encerrou com a morte de Savimbi, em 2002. Até o início do século 21, o país viveu em clima de guerra interna e com países vizinhos como a África do Sul.
Paralelamente, a Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), também realizava guerrilha separatista pela independência da província de Cabinda, de onde é extraído cerca de 70% do petróleo exportado de Angola. Esse conflito ainda dura, apesar de ter se abrandado nos últimos anos.

Luando, capital da Angola | FOTO: Divulgação

Luando, capital da Angola | FOTO: Divulgação

 

A DIÁSPORA E O POVO ANGOLANO

Tantos anos de conflitos foram os responsáveis pela migração de uma quantidade incalculável de angolanos mundo afora, em especial para Portugal e Brasil. Muitos deram entrada nos países para os quais emigraram, alegando serem refugiados políticos. O presidente da Associação dos Angolanos em São Paulo, Pedro Francisco Joaquim Lourenço comenta que um bom número foi vítima de perseguição política por viver numa área controlada por um dos grupos oponentes. Só lhes restava abandonar o país. “De alguma forma, a guerra foi o principal motivo do fluxo de refugiados, mesmo os que partiram em busca de empregos.

Os que abandonaram as áreas de conflito, mas não deixaram o país, deslocaram-se para Luanda, hoje com uma população na casa dos 6 milhões de habitantes. ”Estudante de Engenharia de Sistemas de Controle e Automação, na Unesp de Sorocaba, Pedro Lourenço explica que muitos membros das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (Fapla), receberam bolsas de estudo para se formar no Brasil e não retornaram a Angola.

Atualmente, há comunidades angolanas em várias cidades, como Hortolândia, na Região Metropolitana de Campinas, Lins e na capital São Paulo, onde uma grande quantidade habita o bairro do Brás. “Há muitos ainda em situação ilegal, principalmente entre os deslocados que vieram após as eleições de 1992. Nossa associação quer regularizar a permanência deles no Consulado Geral de Angola, em São Paulo, e na Polícia Federal. Por isso, vamos pôr em prática um projeto que se constitui de um censo e outras iniciativas, que intitulamos de “Quantos Somos”. Um número que pode ir de 700 mil a um milhão.”

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