Mulheres negras à frente da Diversidade e Inclusão nas empresas

As empresárias Elizabete Scheibmayr e Eliane Leite Alcantara Malteze falaram sobre a importância da presença de mulheres negras como líderes de setores de Diversidade e Inclusão

Uma pesquisa lançada no final de 2021 pela consultoria Tree Diversidade em parceria com o Grupo TopRH mostrou que 51,1% dos cargos de liderança em equipes e setores de diversidade nas empresas brasileiras são ocupados por mulheres brancas.

A pesquisa também apontou que mulheres cisgênero representam 75,7% dos profissionais ocupando cargos ligados ao setor. Além disso, 63,8% das 276 lideranças de setores e áreas ligadas à inclusão, diversidade e acolhimento de pessoas é formada por mulheres heterossexuais.

Os dados mostram que apesar dos esforços para a inclusão de mulheres negras e LGBTQIA+ nas empresas, dificilmente elas ocupam cargos de decisão e, principalmente, de liderança nas áreas de diversidade. Considerando que esta é também uma área de interesse para os nossos.

Elizabete Scheibmayr e Eliane Leite Alcantara Malteze, fundadoras da consultoria empresarial de inclusão de gênero, ética e cultura no mercado de trabalho, a UZOMA apontam que é necessária uma desconstrução na maneira de pensar para que as empresas contratem pessoas negras para cargos de D&I. “O racismo no Brasil é estrutural e, mesmo quando se pensa em contratação de profissional para assumir as áreas de diversidade, ainda se recorre ao perfil do profissional branco. Diversidade étnico racial, ainda, é uma pauta desafiadora, há a necessidade da desconstrução de um mindset. Temos no mercado diversos profissionais negros aptos a assumirem a liderança dentro das organizações, profissionais que atuam há anos no mercado, possuem experiência, conhecem o tema com profundidade”, explicam.

Elas contam que algumas das justificativas para a não contratação de pessoas negras para a gestão da Diversidade e Inclusão incluem frases como: “Ele só vai falar de raça e não vai olhar para outros temas;
Os profissionais pretos são agressivos; Eles só vão querer contratar profissionais negros; Eles vão ficar cobrando do gestor; Os outros gestores da empresa não se sentem a vontade em ter a ingerência de um profissional negro na sua área; A remuneração é muito alta”.

Já quando falamos sobre machismo no ambiente de trabalho, Elizabete e Eliane falam sobre este ser um problema de toda a sociedade. “O machismo não é apenas um problema no ambiente de trabalho, mas também, em toda sociedade. As empresas precisam deixar claro em seus pilares seu posicionamento sobre qualquer forma de discriminação, violência e intolerância. Além disso, a representatividade das mulheres precisa ser vista em todos os espaços da organização, das lideranças, nos conselhos, pois respeito também significa ocupar espaços”, contam.

Sobre o trabalho na Uzoma, elas contam que trabalham com base em dois pilares, o de conscientização e treinamento e o de atração de talentos. “A Uzoma é uma consultoria que trabalha com dois pilares, o primeiro é conscientização e treinamento com o objetivo de ajudar as empresas a rever seus propósitos e construir uma cultura organizacional que promova a inclusão e incentive a diversidade em todos os níveis. O segundo pilar é de atração de talentos, ajudando as empresas a encontrar os melhores talentos e, derrubar barreiras de entradas, abrindo-se, assim, novas oportunidades”, completam.

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