Revista Raça Brasil

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A invisibilidade negra e indígena na história brasileira ganha livro

Na noite de segunda-feira (19), a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) foi palco de um evento que vai muito além de um simples lançamento literário. Dois livros chegaram para contar histórias que precisam ser ouvidas, valorizando o protagonismo de negros, indígenas e mulheres — grupos que, por muito tempo, foram invisibilizados na narrativa oficial da Guerra do Paraguai e da cultura regional.

A obra “A participação de negros, mulheres e índios na Guerra do Paraguai e os monumentos históricos culturais da Retirada da Laguna”, de Adilso de Campos Garcia, traz à luz a coragem e a força dessas pessoas que, apesar do pouco reconhecimento, foram essenciais para a história do Mato Grosso do Sul e do Brasil.

“Quando falamos de história, falamos de memória e identidade. É fundamental que a juventude negra, indígena e feminina conheça sua contribuição, pois essa valorização ajuda a construir autoestima e a resistência de quem ainda hoje enfrenta invisibilidade”, afirma Adilso, que dedicou cinco anos a essa pesquisa que visitou várias cidades da região.

O livro mostra que indígenas deram suporte vital ao Exército, negros foram maioria nas tropas e no trabalho pesado, e as mulheres — conhecidas como vivandeiras — foram além do cuidado, chegando a pegar em armas para defender seus entes. Suas histórias de luta, cuidado e resistência merecem ser celebradas e ensinadas.

Na mesma noite, também foi lançado o livro “Cultura e religiosidade: aspectos da tradicional festa da fazenda em louvor à Nossa Senhora da Abadia no município de Figueirão – MS”, de Valdery Ferreira Zotelli. A obra retrata uma festa que reúne a comunidade rural há mais de 90 anos, um exemplo vivo da fé popular e da cultura que une pessoas de diferentes origens em torno da tradição e da espiritualidade.

“Resgatar essas memórias é reconhecer que a cultura negra, indígena e feminina está presente na fé e nas celebrações do nosso povo, fortalecendo os laços comunitários e dando voz àqueles que muitas vezes são esquecidos”, explica Valdery.

O lançamento gratuito aconteceu no mezanino da UCDB, na Avenida Tamandaré, Jardim Seminário, e abriu espaço para que todos pudessem se reconectar com essas histórias que resistem no tempo e que são parte fundamental da nossa identidade.

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