A música brasileira perde mais uma estrela negra
Após sofrer dois AVCs, o músico Luís Vagner estava debilitado e desenvolveu sequelas, faleceu no começo da tarde de domingo na casa da cidade paulista de Itanhém onde estava se recuperando
Luis Vagner Dutra Lopes, mais conhecido como Luis Vagner Guitarreiro, foi um dos maiores nomes do estilo samba-rock nacional, um dos pioneiros, criadores e difusores no alvorecer da década de 70 quando lançou os álbuns Simples (1974), Coisas e lousas (1975), Luis Vagner (1976) e Fusão das raças (1979).
Apesar de ser uma grande estrela desse estilo musical, o guitarreio nunca se restringiu ao gênero. O artista trafegou por diferentes estilos como o reggae e a jovem guarda. Vagner era reconhecido internacionalmente pelo gingado com que tocava o instrumento — credencial que lhe valeu uma música de homenagem composta por Jorge Ben Jor em que canta “toca, Luis Vagner, guitarreiro, meu amigo”.
Trajetória
“Gaúcho, ainda jovem, formou bandas como Os Jetsons e Os Brasas, que estiveram entre as bases da jovem guarda. Com os Brasas, se transferiu para o centro do país e serviu como músico de apoio para artistas como Wanderley Cardoso.
Atuando como músico de estúdio ou convidado, participou da gravação de dezenas de discos e acompanhou artistas do quilate de Tim Maia, além de lançar álbuns próprios como Simples, Guitarreiro e Fusão das Raças. Juntamente com Gilberto Gil, conforme o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, “é considerado um dos precursores do reggae no Brasil, estilo musical que desenvolveria ao longo de sua carreira”.
— Nos anos 1990, a banda que acompanhava o Bob Marley foi assistir a um show dele — conta o produtor.
Segundo Carrasco, o primeiro disco de Vagner deverá ser relançado em vinil em breve, assim como outros dois álbuns ainda inéditos. Carrasco afirma que o músico gaúcho deixa dois filhos que vivem em Porto Alegre, um na Argentina e quatro em São Paulo, além de netos.
Ainda não havia informações detalhadas sobre as cerimônias fúnebres. Segundo o antigo produtor, Luis Vagner era budista.”