Afropunk Bahia: Festival de cultura negra reúne mais de vinte atrações musicais

TEXTO: CNN

O Parque de Exposições, em Salvador, será palco do Afropunk Bahia, considerado o maior festival de cultura negra do mundo. O line-up deste ano conta com atrações como Emicida, Baco Exu do Blues, Black Pantera, Margareth Menezes, Ludmilla, Liniker, Mart’nália e outros.

Para os organizadores do evento, esta segunda edição tem um ‘gosto de primeira vez’, já que será 100% presencial na cidade mais negra fora da África, a capital baiana, Salvador.

“A expectativa é muito grande. O Afropunk abraça artistas de diversos lugares do Brasil e do mundo, mas também profissionais empreendedores que nunca acessaram o mercado dessa forma. Estamos muito felizes de estar vivenciando pela primeira vez um projeto que protagoniza a população negra. É algo raro e único”, afirma Raína Biriba, coordenadora de produção do festival.

Antes de se tornar um festival, o Afropunk surgiu como um movimento cultural, que tinha como propósito ser resistência dentro de uma comunidade punk rock dominada por pessoas brancas. O lançamento do documentário Afro-Punk (2003), dirigido por James Spooner, foi um pontapé inicial para o movimento. A produção audiovisual narra a história de quatro afro-americanos que viviam o ‘punk rock lifestyle’ no início dos anos 2000. Em 2005, o Afropunk ganhou o formato de festival internacional e multiartístico, no Brooklyn, em Nova York.

Para Ismael Fagundes, coordenador artístico do Afropunk Bahia, o evento traça um momento crucial para o combate ao racismo no Brasil. “Escolher Salvador para ser a sede do Afropunk, na América Latina, diretamente já contribui. O lugar, a população majoritariamente negra e os artistas que se apresentarão. Penso muito no Rap hoje, que é o nosso ‘novo rock’ que põe o ‘dedo na ferida’, que traz um discurso direto do que a gente quer, onde a gente quer estar, onde a gente quer alcançar. É totalmente orgânico. Salvador precisava ter um festival como este”, diz.

Premiadas no line-up

Ludmilla e Liniker, vencedoras no Grammy Latino 2022, se apresentarão no Afropunk Bahia. A Liniker, cantora e compositora, fez história e se tornou a primeira mulher trans brasileira a ganhar o prêmio, com o trabalho “Indigo Borboleta Anil”, na categoria “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira”. Ludmilla venceu na categoria de “Melhor Álbum de Samba/Pagode”, com “Numanice 2”.

Para Raína Biriba, coordenadora de produção, tê-las no Afropunk Bahia é importante, pois traz para elas e para o evento um lugar de pertencimento e representatividade. “O festival carrega o ativismo negro. Então, é muito importante tê-las neste lugar de protagonismo”, conta.

Acessibilidade, diversidade e inclusão

Pensando em acessibilidade e inclusão, Ismael Fagundes, coordenador artístico do Afropunk Bahia, conta que se preocupou em vários aspectos, inclusive no desconto do ingresso para pessoas transexuais e pessoas com deficiência – PCDs. “Temos algumas ações em relação a isso. No evento, para quem vai presencialmente, temos um serviço de acolhimento. As pessoas que precisam, podem encontrar o nosso time do ‘Posso ajudar?’. Além disso, o festival terá a interpretação em libras, que vai ser transmitida num telão grande entre os dois palcos. Na transmissão online haverá um link de audiodescrição também”, conclui.

O Afropunk acontece hoje 26 e amanhã 27 de novembro. O festival terá transmissão no canal YouTube e Facebook, além do portal exclusivo Planet Afropunk.

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