Salvador amanheceu diferente neste fim de semana. O som que ecoa no Parque de Exposições não é só música — é ancestralidade, força e liberdade. O AFROPUNK Brasil chega à sua 5ª edição neste sábado (4) e domingo (5), reafirmando o que sempre foi sua essência: um espaço de pertencimento e orgulho para o povo preto, onde a arte é protesto, celebração e cura.
Nascido no Brooklyn, o festival conquistou o mundo ao levar a cultura negra para o centro do palco — e é em Salvador, a cidade mais negra fora da África, que ele parece encontrar seu verdadeiro lar.
Neste ano, o line-up mistura vozes que representam diferentes faces da diáspora: a nigeriana Tems, a americana Coco Jones, os brasileiros Liniker, Péricles e BK’. Juntos, constroem uma narrativa que vai além da música — é sobre história, resistência e conexão.
Entre os momentos mais esperados está o encontro inédito de Sister Nancy e BaianaSystem, que promete unir o som quente da Jamaica com o ritmo pulsante da Bahia. Já Budah divide o palco com Wyclef Jean, num show que promete ser um dos pontos altos do fim de semana.
Mas o AFROPUNK é mais do que uma sequência de shows — é uma experiência de representatividade viva. É sobre cabelos trançados que contam histórias, corpos que dançam com orgulho, olhares que se reconhecem e celebram o que por tanto tempo foi silenciado.
Em cada batida, cada cor, cada sorriso, o festival reafirma o poder da arte preta de transformar espaços e corações. Salvador se torna palco e espelho: aqui, a cultura negra não é tendência — é raiz.





