AIDS: Precisamos falar sobre isso

HÁ 32 ANOS, A SOCIEDADE TRAVA UMA LUTA ÁRDUA CONTRA A AIDS. OS PRIMEIROS CASOS CONHECIDOS DATAM DE 1977 NOS ESTADOS UNIDOS, HAITI E ÁFRICA CENTRAL. NO BRASIL, O PRIMEIRO REGISTRO FOI EM 1980, DEFINIDO COMO UMA NOVA SÍNDROME. SOMENTE EM 1982 FOI DENOMINADA SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA AIDS/SIDA. ATUALMENTE A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE CONTABILIZA 25 MILHÕES DE MORTES ENTRE HOMENS, MULHERES E CRIANÇAS, VITIMADOS PELA DOENÇA.

O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), causador da AIDS, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem chegar à fase avançada. De acordo com a Sociedade Brasileira de Infectologia, a pessoa soropositiva pode não apresentar qualquer sintoma de doença, mas ainda assim transmitir o vírus para outras pessoas através de relações sexuais desprotegidas, doação de sangue, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação.

SINTOMAS E FASES

O sistema imunológico é atacado e ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Na fase seguinte, as células de defesa funcionam com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças em virtude da fraqueza do organismo e o infectado atinge o estágio mais avançado da doença.

Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia.

Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente os ARV a todas as pessoas que necessitam de tratamento. Todo dia 1° de dezembro é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Desde esta data, no ano de 2004, verificou-se um aumento de negros portadores do vírus da AIDS. No ano seguinte, com o slogan “AIDS e Racismo – O Brasil tem que Viver sem Preconceito”, foi lançada uma campanha pelo então Ministro da Saúde, Saraiva Felipe.

“Resolvemos ter um olhar especial para os brasileiros afrodescendentes porque verificamos um aumento do número de casos de AIDS entre essa população. Decidimos junto com ONGs, com a Secretaria Especial de Promoção de Políticas de Igualdade Racial e com celebridades negras dar um enfoque, chamando atenção para a vinculação entre racismo, pobreza e aumento dos casos de AIDS nesse segmento da população brasileira. São pessoas que, por estarem no estrato mais pobre da sociedade, têm menos acesso às informações e aos serviços de saúde, dentro do contexto de pobreza e discriminação racial no país”, disse ele, à época. 

Atualmente o Ministério da Saúde contabiliza aproximadamente 530 mil infectados e aponta que 1/4 dos portadores do HIV no Brasil – cerca de 135 mil pessoas – desconhecem que estão com o vírus. Embora não haja nenhuma campanha enfocando o assunto, basta uma visita aos centros de distribuição de medicamentos para comprovarmos que a população negra ainda é bastante afetada pelo HIV. O lema da campanha de 2005 ainda é válido. Precisamos, cada um de nós, entrar nesta luta. Como? Prevenção e exames, sempre que nos expormos a situações de risco. Juntos podemos vencer!

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