Alunos da Atlética de Farmácia da USP são acusados por criarem playlist racista

A publicação foi apagada do Instagram na sexta-feira (8), mesmo dia em que a atlética fez uma nota de retratação informando que o post teve ‘uma interpretação errada’. A direção da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF/USP) disse que está tomando as devidas providências legais junto aos órgãos competentes da Reitoria.

A atlética da Farmácia da Universidade de São Paulo (USP ) está sendo acusada de racismo após ter feito uma publicação no Instagram para divulgar uma playlist de músicas da plataforma Spotify.

Na publicação, os alunos divulgaram uma playlist que teria sido feita por uma das participantes da atlética acompanhada da frase: “Para dar ordens e chicotadas. Dê play nos sucessos da Sinhá”.

Sinhá era a forma com a qual os escravos designavam a senhora, a patroa.

A postagem viralizou no X (antigo Twitter). Na própria publicação, alunos também se manifestaram criticando e acusando a atlética de racismo. “Vergonhoso demais, como isso foi pensado por alguém, aprovado por outras pessoas e simplesmente postado na rede. Que absurdo… Inacreditável!”, afirmou um estudante.

“A questão é: os responsáveis por idealizar e aprovar a postagem racista serão expulsos da atlética? É o mínimo que se espera. Ou a atlética será conivente com participantes racistas?”, disse um outro aluno.

A publicação foi apagada da rede social na sexta-feira (8), mesmo dia em que a atlética fez uma nota de retratação informando que o post teve “uma interpretação errada”.

“A AAAFB vem por meio deste post se desculpar pelo que foi postado. Entendemos agora que o que foi dito tem uma interpretação errada e sentimos muito por todos e qualquer um que se sentiram ofendidos. Erramos e estamos nos retratando publicamente. Estamos abertos a conversar e, inicialmente, estamos apenas muito arrependidos pela má comunicação da gestão. Nunca brincaríamos com algo desse tipo, e assim que percebemos nosso erro, corrigimos. Novamente, sentimos muito. Racismo é crime e de maneira nenhuma gostaríamos de passar qualquer mensagem diferente dessa”.

A nota também foi criticada e no sábado (9), os alunos da Farmácia publicaram mais uma nota pedindo desculpas novamente e informando que “os termos ‘sinhá’ e ‘chicotadas’ permitem apenas uma interpretação racista”.

A direção da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF/USP) informou que recebeu denúncias de racismo pela publicação e que “considera inadmissível toda e qualquer forma de preconceito e racismo e já está tomando as devidas providências legais junto aos órgãos competentes da Reitoria”.

Disse ainda que estão “trabalhando em conjunto com o Núcleo de Direitos Humanos, Ouvidoria e Comissão de Inclusão e Pertencimento (CIP), em busca da melhor forma de atuação nesse caso”.

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