Após polêmicas como anda o mercado de trabalho para os negros?

Em 2020 entrou em pauta como um processo seletivo de treinee apenas para negros, ofertado pela Magazine Luiza com o intuito de diminuir as desigualdades raciais na empresa, poderia ser um exemplo de racismo reverso no Brasil. O racismo reverso não existe, mas as discrepâncias de salarios e cargos de poder entre brancos e negros ainda se perpetua. 

O caso do programa de trainee foi qualificado para alguns como racista, já que selecionava os candidatos pela cor. Todavia a iniciativa segue o Estatuto da Igualdade Racial, presente na Constituição. 

A empresa brasileira tem 53% de funcionários negros, mas apenas 16% ocupam cargos de liderança, e essa é uma realidade que se reflete em quase todas as empresas que atuam no Brasil. Por mais que haja funcionários negros nas empresas a maioria ocupam cargos de auxiliares ou operacionais com 47,6%, segundo um levantamento do site Vagas.com. Já em cargos maiores, uma pesquisa do Instituto Ethos revela que negros e negras ocupavam apenas 6,3% de cargos de gerência e 4,7% de cargos execultivos.

“Não adianta traçar normas, programas, se você não aumenta o nível de consciência (…) Depois é ter programas que possam resolver, programas de seleção e treinamento. Eu tenho certeza de que o mercado está mudando no mundo inteiro, porque vai amarrar isso (programas de seleção) ao econômico, não vai ficar uma coisa destravada, como um voluntariado.”, afirma Luiza Trajano, fundadora da rede Magazine Luiza, em entrevista ao Brasil Diverso

Além da Magazine empresas como Bayer e P&G também apostaram em programas que priorizassem pessoas negras. Na pesquisa O mercado de trabalho sob a perspectiva dos profissionais negros, realizada com 464, sendo 92% negros, os principais motivos de haver poucos negros em cargos de liderança se devem ao racismo, ausencia de programas direcionados de contratação e aos muitos obstáculos para os profissionais serem promovidos. 

Essas são as dificuldades daqueles que ainda estão à frente com empregos formais, durante a pandemia do coronavírus observamos a redução no número de funcionários de diversas empresas e de diferentes setores. O isolamento agravou ainda mais a situação de quem buscava uma oportunidade ou que se virava na informalidade, nos primeiros meses de pandemia a taxa de desemprego para negros era de 17,8% para pretos e 15,4% para pardos contra 10,4% para brancos, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.  

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