O arquiteto Gabriel Rosa, jovem profissional de 24 anos premiado como Melhor Ambiente na Casacor 2024 por seu projeto “Adega Legado” que celebra a herança africana na cultura do vinho, tornou-se vítima de um lamentável episódio de racismo durante a mostra de arquitetura em São Paulo.
O incidente ocorreu na última sexta-feira (25), quando Rosa, ao receber visitantes em seu espaço expositivo, foi abordado por uma mulher que proferiu declarações claramente discriminatórias, incluindo a afirmação de que “não se consulta com médicos negros” e insinuações de que profissionais negros teriam se formado apenas através de cotas raciais.
Diante da situação, o arquiteto acionou imediatamente a organização do evento, que por sua vez solicitou a presença policial. No entanto, até o momento a autora das declarações racistas não foi identificada, e a Secretaria de Segurança Pública informou não ter encontrado registro formal da ocorrência.
A Casacor, em nota oficial, manifestou veemente repúdio ao ocorrido, classificando tais atitudes como “inaceitáveis e criminosas”, reafirmando seu compromisso com ambientes livres de qualquer forma de discriminação.
Este episódio, ocorrido em um dos mais prestigiados eventos de arquitetura do país, expõe as persistentes barreiras enfrentadas por profissionais negros em espaços tradicionalmente elitizados, mesmo quando alcançam reconhecimento por seu trabalho – como é o caso de Gabriel Rosa, cujo projeto premiado justamente busca valorizar a ancestralidade africana.
O caso reacende importantes discussões sobre racismo estrutural e a necessidade de medidas mais efetivas para combater a discriminação racial em todos os âmbitos profissionais, incluindo o universo da arquitetura e design.