Revista Raça Brasil

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Arte goiana atravessa fronteiras e chega à Espanha com “Na Curva do Tempo”

O artista goiano Gerson Fogaça desembarca na Espanha para apresentar a exposição “Na Curva do Tempo”, que abre nesta terça-feira (18/11) no Centro Cultural Lecrác, em Palencia. A mostra, que poderá ser visitada até 8 de dezembro, marca mais um capítulo da trajetória do artista, conhecido por transformar a paisagem urbana em memória, poesia e questionamento.

“Na Curva do Tempo” reúne a produção mais recente de Fogaça e nasce de um ponto simples — mas profundamente humano: observar a cidade como quem escuta uma história. Nas telas, os fragmentos urbanos ganham forma como vestígios de vidas, encontros e choques que se repetem todos os dias. São marcas que somem, voltam, se reinventam e se acumulam, como o próprio tempo faz com cada um de nós.

O título da mostra dialoga com ideias do filósofo Gilles Deleuze, que enxerga a curva como símbolo de movimento e transformação — nada é fixo, tudo se desloca, dobra, resiste. A exposição também faz parte das ações culturais que celebram a irmandade entre Palencia e Rio de Janeiro, conectadas pelos monumentos Cristo del Otero e Cristo Redentor.

Para Fogaça, esse trabalho nasce da escuta atenta das ruas e do efeito que elas provocam no corpo e na mente.

“Minha obra é uma representação real do absurdo: a relação do homem com a cidade, essa metamorfose nevrálgica e constante. Acredito que isso provoca, em qualquer lugar, uma sensação de identificação — e, muitas vezes, de desconforto e resignação”, diz o artista.

É justamente esse encontro — entre quem observa e quem se deixa afetar — que a exposição busca provocar. Uma pausa no ritmo corrido, um convite silencioso para olhar o cotidiano e reconhecer, nas pequenas fissuras, algo que também nos pertence.

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