Junho é mês de visibilidade, resistência e celebração para a comunidade LGBTQIAPN+. No Brasil, onde o racismo e a LGBTQIAPN+fobia ainda impactam de forma desproporcional pessoas negras, artistas que ocupam a intersecção dessas vivências têm protagonizado uma revolução estética, política e afetiva. Seja na música, nas artes visuais, na literatura ou na performance, esses criadores rompem com padrões normativos e constroem novas possibilidades de existência. A RAÇA destaca três artistas negros LGBTQIAPN+ que desafiam estereótipos e ampliam o imaginário sobre a comunicadade negra e LGBTQIAPN+. Linn da Quebrada Cantora, atriz, performer e símbolo da resistência travesti, Linn usa a arte como instrumento de enfrentamento e afirmação. De Enviadescer à sua atuação em novelas e no Big Brother Brasil, ela desconstrói o controle sobre os corpos dissidentes e propõe novas formas de ser e estar no mundo. Majur Cantora, compositora e mulher trans negra de Salvador, Majur se destacou nacionalmente com sua voz marcante e presença imponente. Com influências do candomblé, da música afro-brasileira e do pop contemporâneo, ela ressignifica o amor, a identidade e a espiritualidade em suas canções. Participou da música “AmarElo”, ao lado de Emicida e Pabllo Vittar, tornando-se símbolo de orgulho e ancestralidade. Rico Dalasam Um dos pioneiros do rap queer no Brasil, Rico usa a música para desafiar os códigos do hip hop e criar um espaço onde a homossexualidade negra não é tabu, mas potência. Com letras confessionais e beats envolventes, ele inscreve sua existência no centro da cultura pop brasileira. Esses são apenas parte de uma geração que ressignifica os limites do corpo, da linguagem e da arte. Neste mês do orgulho, celebrar esses artistas é também reafirmar a luta por um país em que ser negro e LGBTQIAPN+ não signifique resistência solitária, mas potência coletiva.