O que poderia ser apenas mais uma notícia de celebridades acabou revelando algo muito maior: o racismo ainda tão presente nas redes sociais.
Na última quinta-feira (21), durante a festa de João Silva, filho de Fausto Silva, a apresentadora Cariúcha, do Fofocalizando, foi vista aos beijos com João Liberato, filho de Gugu Liberato (1959–2019). As imagens rapidamente circularam pela internet, mas, em vez de apenas comentários sobre a vida pessoal dos dois, Cariúcha se tornou alvo de uma onda de ataques racistas.
Entre as mensagens, havia frases que questionavam seu relacionamento a partir de estereótipos e preconceitos: “Essa aí fala muito de racismo e depois engole o que fala e fica com uma pessoa branca, um negão ela não quer. Por que será? Questão de gosto ou racismo disfarçado”, escreveu um internauta. Outros chegaram a insinuar que Gugu “iria infartar” ao ver a cena.
Esse tipo de reação expõe mais uma vez como mulheres negras são constantemente julgadas e diminuídas, mesmo em situações que dizem respeito apenas à sua vida pessoal. O racismo, disfarçado de “opinião”, continua sendo usado como forma de atacar, reforçando estigmas e a tentativa de controlar escolhas individuais.
Cariúcha, que sempre falou abertamente sobre ser uma mulher preta e da favela, volta a ser colocada diante do peso de uma sociedade que insiste em questionar a legitimidade de corpos negros em espaços de afeto, visibilidade e destaque.
