Revista Raça Brasil

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Ativista negra de Realengo é escolhida para levar voz das periferias para a Conferência Internacional do Clima

Marcele Oliveira, de 26 anos, vai representar a juventude periférica nas discussões globais sobre clima que acontecerão em novembro em Belém

A comunicadora e ativista climática Marcele Oliveira, de 26 anos, acaba de ser selecionada como Jovem Campeã Climática da COP30, que acontecerá em Belém (PA). Nascida e criada em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, ela foi escolhida por meio de um edital lançado pelo governo federal e terá a missão de levar as perspectivas das periferias para o centro das discussões sobre justiça climática global.

 

Formada em Produção Cultural pela UFF (Universidade Federal Fluminense), Marcele já havia se destacado na mobilização comunitária que resultou na criação do Parque Realengo Susana Naspolini, espaço verde fundamental para a adaptação climática na região. Ela também é cofundadora da coalizão “O Clima é de Mudança”, integra o PerifaLab e o programa Jovens Negociadores pelo Clima, da Secretaria de Meio Ambiente e Clima do Rio.

 

Sua trajetória está diretamente ligada à intersecção entre cultura, periferia e crise climática. “Levar as vozes das quebradas para um espaço como a COP é sobre justiça. As comunidades negras e periféricas são as que mais sofrem com as mudanças do clima, mas raramente estão nas mesas de decisão”, afirma. 

 

A ativista reforça que sua atuação na COP30 terá como foco políticas públicas que unam cultura, educação ambiental e adaptação climática nas favelas. “Não adianta falar em futuro sustentável sem incluir quem já está criando soluções nas bordas das cidades”, completa. Numa coluna recente, Rachel Quintiliano abordou como as mudanças climáticas afetam em maior escala as populações marginalizadas e vulneráveis.

 

A escolha de Marcele simboliza um avanço na representatividade das juventudes negras e periféricas nos espaços de poder climático. Sua nomeação ocorre em um momento em que o Brasil se prepara para sediar a COP30, com expectativa de incluir temas como racismo ambiental e saberes tradicionais na pauta global.

 

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