Ativistas articulados contra a fome levam esperança para brasileiros
Uma década de Voz das Comunidades
Morador do Morro do Adeus, uma das 13 favelas que formam o Complexo do Alemão, Rene Silva criou em 2005, aos 11 anos de idade, o jornal Voz das Comunidades, três meses depois de participar do Jornal VIP, produzido na escola em que estudava na época. Ao criar um periódico voltado para comunidade, Silva quis mostrar os problemas sociais que existiam no Alemão. A iniciativa deu tão certo que em 2010, com a invasão do complexo de favelas pelas forças policiais e militares para capturar pessoas envolvidas com o tráfico, o jornal ganhou destaque nas mídias nacionais e internacionais pela cobertura exclusiva das ações e da situação dos moradores dentro do Complexo durante a intervenção militar.
Mobilização Pela Comunidade
Durante a pandemia, Rene Silva se uniu ao Coletivo Papo Reto e ao Mulheres do Alemão em Ação, formando uma força-tarefa responsável por divulgar aos moradores informações sobre métodos de prevenção ao novo Coronavírus, recomendando o uso de máscaras e reforçando a importância do isolamento social. Mas a demanda por alimentos, que já era uma realidade para muitas famílias nas favelas cariocas, e insumos para higienização começou a crescer.
Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase), em parceria com o Instituto Raízes em Movimento,realizada durante ano de 2019 e o primeiro trimestre de 2020,entrevistou cerca de 2 mil moradores do Complexo do Alemão e mostra que para 83% deles existem pessoas que passam fome na região. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 28% dos trabalhadores do Alemão eram assalariados com carteira assinada e 45% trabalhavam como autônomos, em negócios próprios.
Inquieto, o jornalista e ativista não podia deixar de mobilizar uma ação para ajudar a população do Complexo do Alemão, que perdeu emprego e renda quando o isolamento social foi determinado para conter a pandemia da Covid-19. Em maio de 2020,criou o projeto Prato das Comunidades, em parceria com o Instituto Luciano Medeiros, com o objetivo de auxiliar as famílias afetadas com a doação de quentinhas; além disso, o projeto também ajudou a gerar empregos para outros moradores, que conseguiram trabalho como cozinheiros e entregadores.
No final do ano passado, com o fim do auxílio emergencial e a queda no número de doações, as pessoas que já tinham muito pouco, passaram a precisar ainda mais e os pedidos de ajudas intensificaram.
Atualmente, além das refeições, a iniciativa também faz a entrega de cestas básicas para as famílias e conta com doações de empresas e da sociedade civil para a arrecadação dos alimentos. René Silva continua à frente dos projetos,dando voz às comunidades Rio de Janeiro E jogando luz sobre os problemas sociais que precisam ser resolvidos com urgência, principalmente durante a pandemia.
Confira os dados para doar ao Prato das Comunidades:
CHAVE PIX (CNPJ) : 21.217.767/0001-19
Para depósito bancário:
Banco: Caixa Econômica Federal
Agência: 0198
CP: 25173-9
Op: 013
ONG VOZ DAS COMUNIDADES
CNPJ: 21.317.617/0001-19
Em março de 2021 , com o agravamento do quadro da fome do país , entidades se juntaram para criar o projeto “Tem gente com fome” .
Coordenado pela Coalizão Negra por Direitos, Grupo Prerrogativas, Anista Internacional, Oxfam Brasil , Redes da Maré, Ação Brasileira de Combate à desigualdades , 342 Artes, Nossas Redes de Ativismo, Instituto Ethos é Orgânico Solidário, o projeto tem como principal objetivo arrecadar alimentos e entregar a 222.895 famílias de todas as regiões do Brasil.