De Grande Otelo a Lázaro Ramos, conheça os atores negros que venceram o racismo na arte e brilharam em papéis históricos, formados por coletivos como o Teatro Experimental do Negro e o Nós do
O caminho de homens negros nas artes brasileiras também foi pavimentado com luta, talento e organização coletiva. Atores que marcaram época e venceram a crítica não surgiram do nada: muitos foram formados em polos como o Teatro Experimental do Negro, nos anos 1940, no Bando de Teatro Oludum, Os Crespos e muitos outros
Um dos maiores nomes da história do cinema nacional, Grande Otelo iniciou sua carreira ainda criança e se tornou um ícone da chanchada, do teatro e da televisão. Atuou em mais de 100 filmes e séries, e recebeu diversas homenagens póstumas por sua contribuição à cultura brasileira. Seu papel em Macunaíma (1969) é lembrado até hoje como um marco da cinematografia nacional.
Lázaro Ramos é um dos nomes mais premiados de sua geração. Vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, do Festival de Gramado e do Prêmio Shell, destacou-se em filmes como Madame Satã (2002), que o projetou nacional e internacionalmente. Lázaro também teve papéis marcantes na TV e no teatro, além de contribuir com direção, literatura e ativismo antirracista.
Babu Santana, revelado pelo grupo Nós do Morro, consolidou sua carreira com o filme Tim Maia (2014), pelo qual venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro como melhor ator. Atuou em novelas, séries e reality shows, tornando-se uma figura popular que mantém o compromisso com as causas raciais e sociais.
Outro nome respeitado é o de Aílton Graça, vencedor do Troféu Raça Negra e reconhecido por sua atuação tanto no humor quanto no drama. Interpretou personagens complexos em novelas como Império, além de dar vida a Mussum no filme Mussum – O Filmis, obra que rendeu elogios da crítica.
Outros nomes da nova geração como Bukassa Kabengele e Jonathan Azevedo vêm ganhando espaço e reconhecimento com atuações intensas em novelas, séries e cinema.
Esses nomes mostram que o talento sempre existiu, mas a visibilidade e o acesso à indústria seguem sendo conquistas permanentes. Reconhecer quem abriu caminho é parte da luta por uma arte mais justa e plural.