A ciclista e empreendedora Lívia Suarez sempre teve duas certezas: o amor pelas pedaladas e o orgulho do seu cabelo. Mas foi justamente na interseção entre esses dois mundos que ela percebeu uma ausência incômoda, nenhum capacete do mercado parecia feito para ela.
Quem usa tranças, black power, twist ou qualquer penteado afro sabe: não é só uma questão de estética, é de conforto, de segurança e de pertencimento. Foi a partir dessa vivência que Lívia decidiu agir. Com R$ 18 mil guardados e muita vontade de mudar realidades, ela começou a desenvolver um capacete que respeitasse o formato e o volume dos cabelos afro-brasileiros — sem abrir mão do estilo ou da proteção.
Foram dois anos de pesquisa, testes e ajustes, até chegar a um modelo com espuma interna adaptada, ventilação pensada para cabelos volumosos e um design cheio de personalidade, com inspirações do afrofuturismo. Um capacete que, além de proteger, abraça quem somos.
Os preços vão de R$ 130 a R$ 220, e mais de 500 unidades já foram vendidas. Cada uma carrega, com orgulho, os selos “Made in Salcity”, “Made in Bahia” e “Made in Brasil” — porque este não é só um produto, é um manifesto. Um lembrete de que a inovação pode (e deve) nascer da escuta das nossas dores e da valorização da nossa identidade.
Agora, Lívia sonha ainda mais alto: levar o capacete para fora do Brasil, ampliando o alcance de uma ideia que nasceu para proteger, afirmar e inspirar. E que prova, mais uma vez, que quando olhamos para nós com respeito, o mundo inteiro pode enxergar também.
