Bairro de classe média protesta contra moradores de rua

Um grupo de moradores de Setúbal protesta contra a instalação de um Centro Especializado de Atendimento da População em Situação de Rua (Centro POP), da Prefeitura do Recife, na região do bairro de Boa Viagem, na Zona Sul. Para isso, recolheu 4 mil assinaturas em um abaixo-assinado e realiza passeatas semanalmente.

Eles denunciam uma falta de comunicação com o poder municipal, já que souberam informalmente que uma casa na Rua Sargento Waldir Correia havia sido alugada com esse propósito. Ainda, dizem temer que a implantação do espaço atraia criminalidade para a área.

“Nunca fomos consultados sobre a instalação desse equipamento. […] Já temos pequenos comerciantes anunciando a venda de seus negócios, assim como apartamentos com placas de vende-se, com medo da situação da violência piorar e desvalorizar o único bem que possuem”, pontuou a professora Érica Lyra, 57, uma das organizadoras da ação.

O pleito foi levado até o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) – que, segundo os moradores, ainda não deu resposta – e é apoiado pelo deputado Wanderson Florêncio (PSC), que, nas redes sociais, afirmou que o Centro Pop poderia transformar Setúbal em uma “cracolândia”. Ao JC, ele informou que a secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Recife já considera mudar o endereço do Centro.

Hoje, a cidade conta com duas instituições do tipo: o Centro POP Glória, situado na Rua Bernardo Guimarães, nº 135, em Santo Amaro, área central, e o Centro POP Neuza Gomes, na Rua Dr. João Coimbra, nº 66, Madalena. Mensalmente, os equipamentos atendem, juntos, cerca de mil usuários.

O espaço oferta banho, alimentação, guarda de pertences e encaminhamentos para outros serviços da rede municipal para as pessoas em situação de rua. Lá, elas também podem retirar novos documentos e recomeçar a vida.

O presidente do Unificados pela Pop Rua, Rafael Araújo, é contra o movimento dos moradores de Setúbal, já que considera os Centros Pop como um instrumento para fazer com que as pessoas superem as ruas.

Hoje, a cidade conta com duas instituições do tipo: o Centro POP Glória, situado na Rua Bernardo Guimarães, nº 135, em Santo Amaro, área central, e o Centro POP Neuza Gomes, na Rua Dr. João Coimbra, nº 66, Madalena. Mensalmente, os equipamentos atendem, juntos, cerca de mil usuários.

O espaço oferta banho, alimentação, guarda de pertences e encaminhamentos para outros serviços da rede municipal para as pessoas em situação de rua. Lá, elas também podem retirar novos documentos e recomeçar a vida.

O presidente do Unificados pela Pop Rua, Rafael Araújo, é contra o movimento dos moradores de Setúbal, já que considera os Centros Pop como um instrumento para fazer com que as pessoas superem as ruas.

Mesmo sem o resultado, o aumento dos sem-teto nos últimos anos é claro na capital pernambucana. Junto a isso, vem a carência assistencial. Isso porque a rede de acolhimento do Recife conta com apenas 619 vagas distribuídas por 16 unidades, das quais 80% se encontravam ocupadas na semana da publicação desta reportagem.

Em junho de 2021, o município anunciou a contratação de 200 vagas em hotéis e pousadas para acolher esse público, mas só possui uma instituição cadastrada hoje, a Pousada Solar do Lazer, que acomoda 60 pessoas. “As pessoas são levadas para a hospedagem de forma gradativa, a partir de uma seleção de perfil e possibilidade de adaptação. O edital foi relançado e segue aberto para inscrever novos interessados”, disse o município.

Érica pontua que os moradores não têm “nada contra as pessoas em situação de rua” e que concordam que elas precisam de acolhimento, mas não em uma área residencial com estabelecimentos como escolas e clínicas médicas. O grupo cobra uma resposta do município, que tinha sido prometida para 12 de julho.

O que diz a Prefeitura do Recife

“Entre os pilares do Programa Recife Acolhe, lançado pela Prefeitura do Recife em 2021, está a expansão dos equipamentos da rede socioassistencial para atender a população em situação de rua. A Secretaria prevê a abertura de um Centro Especializado de Atendimento da População em Situação de Rua (Centro POP) na Zona Sul do Recife com o objetivo de atender às pessoas em situação de rua que vivem nessa parte da cidade.”

Quem circula por Pernambuco percebe que a vida piorou. O Estado, conhecido pelo bairrismo da população e pela megalomania de querer ser o maior, o melhor e ostentar recordes, é apontado em vários rankings negativos.

Entre 2019 e 2021, Pernambuco foi o Estado em que a pobreza mais cresceu no Brasil, com taxa de 8,14%. Pelos dados do Mapa da Nova Pobreza, divulgado pela FGV Social, são 1,6 milhão de pessoas vivendo com uma renda de, no máximo, R$ 497 por mês.

Pernambuco também está no topo do ranking do desemprego. Em 2021, o Estado registrou a maior taxa do Brasil, com quase 20% (19,9%) da população em idade para trabalhar sem emprego. A desocupação ficou bem acima da média nacional de 13,2%.

Fonte: jc.ne

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