Black excellence: artistas negros no topo

Por aqui já passaram movimentos de todos os tipos, vimos ativistas lutando pela preservação da cultura negra,
de espaços que valorizam as raízes africanas e agora vamos conhecer um movimento que busca enaltecer a excelência negra no cenário artístico.

#BlackExcellence é um movimento que atua de maneira estratégica e coletiva, que nasceu para atender a demandas da comunidade negra, na busca pelo equilíbrio mercadológico de negros nas artes, no mercado de influência, o empreendedorismo e na comunicação, procurando igualar as oportunidades de trabalho e financeiras em toda cadeia.

Realizando trabalhos em conjunto desde novembro de 2020, Laís Monteiro, a CEO por trás da Monteiro Assessoria e Rudson Martins, o CEO da R Martins Agenciamentos, conectados e visionários no universo do empreendedorismo, perceberam que como uns dos poucos ou únicos negros e empresários de seus ramos de atuação, unir forças para pensar e atuar coletivamente seria a chave para alavancar suas carreiras e a de artistas e movimentadores culturais negros das 5 regiões do Brasil. Qualidade ou caráter do que é coletivo. É assim que a coletividade é descrita ao buscarmos o seu significado no dicionário ou até mesmo em sites de pesquisas. Teoricamente, tudo aquilo que é coletivo surge com o intuito de organizar e alinhar pessoas e propósitos a um objetivo comum. Na prática, é o que as empresas Monteiro Assessoria e R Martins Agenciamentos têm feito. Artistas como Reinaldo Júnior, presente no especial Falas Negras da Rede Globo, Vitória Rodrigues, cantora, compositora e cordelista presente no De Repente Versão da GNT, e Tarso Gentil, artista que recentemente expôs suas obras no palco do Encontro com Fátima Bernardes, já fazem parte desse movimento e puderam experienciar o poder dessa unidade.

Como tudo começou

 Ator desde os 9 anos de idade, o carioca Rudson Martins, em suas empreitadas no teatro e nas telas do cinema, já imaginava que o caminho trilhado no futuro seria diferente, dessa vez, não mais sobre os palcos. No auge da sua adolescência e início da juventude, em um período de definição de identidade e imagem, sentir que não pertencia a lugar nenhum o trouxe de volta para onde sempre soube quem era, a Zona Oeste do Rio de Janeiro, sua casa.

Foi na ZO que Rudson iniciou seu primeiro negócio, e agora por trás dos palcos. Nascia ali a CIA de Teatro Megaroc – Coragem, se você ler ao contrário -, espaço destinado à potencialização e capacitação de artistas negros. Estreando peças e adaptações, foi com “Retalhos de uma Favela”, obra pensada para o público dos bairros que formam a Zona Oeste do Rio, que a companhia teve o reconhecimento desejado. “Sempre tive uma visão de negócio para a arte,” conta o agenciador. Contudo, afetado pela pandemia da Covid-19, como tantos outros artistas, produtores e produtos culturais do Brasil, a CIA precisou dar uma pausa.

Durante todo esse período, Rudson já exercitava e colocava em prática um desejo que surgia, não só da sua postura de visionário e empreendedor, mas dos incômodos pessoais vividos como artista preto no Rio de Janeiro, o de se tornar agenciador de talentos. Criou então a R Martins Agenciamento, tornando-se o 1o agenciador de talentos negros da cidade. Em maio deste ano, através da R Martins, lançou o primeiro streaming exclusivo de uma agenciadora de talentos.

Já com a macaense Laís Monteiro, a história foi diferente. Ainda em uma jornada de trabalho com assessoria política e na edição da organização Desabafo Social, somados a seus mais de dez anos trabalhando com comunicação, após alguns chopes e uma troca de contatos em uma mesa de bar, depois de assistir a uma peça teatral na cidade do Rio de Janeiro, recebeu um convite do ator, produtor, dramaturgo e empresário Licínio Januário, para prestar assessoria para o espetáculo “Será que Vai Chover?, sem saber que após aquele sim, sua vida e carreira mudariam para sempre.

Acaso ou destino, durante a maratona de peças que surgiram após “Será que vai chover?”, entre elas, “Esperança na Revolta’’, vencedora do Prêmio Shell de 2019, nasceu a Monteiro Assessoria, empresa com mais de 45 projetos assessorados em menos de 3 anos e que hoje se destina a conduzir e promover a carreira de artistas e a imagem de projetos com foco em diversidade, cultura e impacto social.

Ainda que adentrando no mercado de assessoria de imprensa cultural por vias não convencionais, Laís e a Monteiro Assessoria são um case de sucesso dentre as poucas assessorias de comunicação e imprensa gestadas por pessoas negras. Com um currículo de artistas já assessorados como as humoristas Bruna Braga e Fernanda Arantes, a atriz e cordelista Vitória Rodrigues, o jornalista e atleta Diego Moraes, o ator Reinaldo Júnior, entre outros, além de espetáculos como Esperança na Revolta, Lótus, A Saga de Dandara e Bizum a Caminho de Wakanda, Meus cabelos de Baobá, Ricardo III – Um Homem do Seu Tempo, Os Desertos de Laíde, o segundo maior evento de cultura negra do país, o “Encontro Das Pretas”, e muitos outros trabalhos que não seria possível sem as mãos de toda uma comunidade para ampará-la.

“Quando comecei com a Monteiro, ainda não entendia o cenário que estava entrando.. Um cenário em que existem poucas assessorias de imprensa pretas, mas eu sabia que eu tinha que construir algo só meu. Com o passar do tempo e a ajuda de muitos, fui entendendo o mercado que hoje a Monteiro Assessoria se encontra,” relata a jornalista.

O futuro

Por acaso, como o encontro de Laís com a Monteiro Assessoria ou destinado como a liderança de Rudson na R Martins Agenciamentos, a união dessas duas pessoas físicas e jurídicas, ainda tem muito o que mostrar. O #BlackExcellence é um movimento que vem mudando o cenário artístico e cultural que transborda por todas as 5 regiões do Brasil. A questão que fica por aqui é: quem embarca junto nessa?

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