Caixa Econômica em débito com negros
Por Mauricio Pestana
Caixa Econômica com débito negro será presidida por uma mulher
Há 162 anos, o Brasil vivia um regime de escravização, umas das mais vergonhosas páginas da história da humanidade. Nesse cenário de muitas revoltas, alguns escravizados se articulavam para comprar suas cartas de alforria.
Negros e negras analfabetos ou semianalfabetos precisavam usar estratégias para tornar esse “sonho” possível como por exemplo: juntar dinheiro embaixo do colchão. E, assim pouco a pouco conquistar a sua tão sonhada liberdade.
A origem desse dinheiro que os escravizados conseguiam vinha das economias de serviços extras à escravidão o que os tornavam constantemente vítimas de roubo de seus senhores e de atravessadores. Preocupado com essa confusão monetária na compra da “liberdade” e com a má fé dos atravessadores, o então príncipe regente Dom Pedro II quis criar um órgão que regularizasse a compra e venda de alforria.
Nascia assim, a Caixa Econômica Federal, um banco que existe até hoje. Instituição que nasceu com o propósito de auxiliar negros e negras no processo de liberdade. A instituição se fortaleceu com este proposito e recursos de pessoas escravizadas.
Hoje, presente na vida de milhões de brasileiros o banco pouco divulga suas origens negras e menos ainda faz pelos descendentes daqueles escravizados.
Em 162 anos, a instituição já contou com muitos presidentes. Apesar de ter nascido dentro de um cenário negro, o nunca contou com um presidente negro. A história em termos de diversidade tem mudado e hoje tomou posse mais uma mulher presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano minha conterrânea da cidade de Santo André ABC paulista.
Apesar do avanço em termos de igualdade de gênero, a Caixa ainda deixa muito a desejar em termos de RAÇA principalmente quando olhamos para suas origens erguidas as custas do sangue e o suor de negros e negras.