Campanhas online reúnem relatos e ditam novo posicionamento da Revista Raça.
No ano em que a Revista Raça completa 21 anos, uma série de atividades com foco nessas comemorações vêm sido realizada na estrutura e no relacionamento com o público da mais antiga publicação direcionada a negros e negras no Brasil.
Dentro desta proposta, a revista passou por uma intensa reformulação, entre as quais a reestruturação do seu site (www.revistaraca.com.br), agora como mais agilidade, prestação de serviços e interatividade.
O resultado já dá para ser sentido: em poucos meses essa plataforma já pontua como um dos mais acessados nas áreas de cidadania, direitos humanos, moda e beleza da comunidade negra. Isso se deve também a um seleto time de jornalistas, acadêmicos e ativistas que atualmente participam como colunistas da revista e trazem diariamente notícias sobre moda, comportamento, saúde, direitos humanos, arte e cultura, assim como notícias sobre relações raciais no Brasil e no mundo.
Linkado a esse momento, a revista perguntou ao seu público quais eram suas principais preocupações, reivindicações, temores e perspectivas. Com base nesse resultado elaboramos quatro campanhas que a RAÇA começou a trabalhar no mês de maio, sendo a primeira #MeuPrimeiroAbusoPolicial, que se tornou um dos maiores cases de sucesso na internet com centenas de relatos de discriminação e abuso por parte de autoridades policiais. O sucesso da campanha foi tamanho que virou matéria jornalística em diversos órgãos de imprensa, obrigando inclusive o secretário de segurança pública de São Paulo a se manifestar sobre o assunto.
A segunda campanha terá início esta semana com a hashtag #MinhaFeMerceRespeito,e irá focar na discriminação que pessoas recebem por proferir uma fé ou religião. O Brasil é dos locais que apresentam a maior diversidade de credos do mundo, abrigando diferentes comunidades religiosas. Somos considerados a maior nação espírita e católica do planeta, com a presença de diversas instituições ecumênicas.
Aparentemente “pacífico”, nosso país é constitucionalmente laico, sem religião oficial, o que garante a seus cidadãos a liberdade de crença e de expressão. Ao mesmo tempo, é possível afirmar que, contraditoriamente, com o aumento da diversidade religiosa se verifica o agravamento da intolerância religiosa. “Esse foi um dos temas apontados pelos nossos leitores, de maioria católica, evangélicos ou de matrizes africanas (como candomblé e umbanda). Foram vários os relatos que ouvimos sobre isso, e por isso a ideia da campanha #minhafemerecerespeito”, afirma o diretor executivo da revista RAÇA Mauricio Pestana.