Xania Monet, cantora criada por inteligência artificial, fechou recentemente um contrato avaliado em US$ 3 milhões com uma gravadora. A compositora Telisha Jones, do Mississippi, responsável pela criação da personagem escreve todas as letras e utiliza uma plataforma de IA para transformar essas letras em músicas completas. O acordo foi assinado com uma empresa que já representa nomes de sucesso e é considerado um marco para a música feita com tecnologias generativas.
O álbum de estreia dessa artista digital foi lançado em 8 de agosto, e uma das faixas já ultrapassou 5 milhões de reproduções nas plataformas digitais até o momento. Além disso, uma canção em especial atingiu o topo das paradas digitais de R&B, mostrando que o projeto não é apenas conceitual, mas comercialmente relevante.
A voz da personagem apresenta semelhanças com a de artistas humanos consagrados — não apenas no timbre, mas em entonações e estilo vocal, o que tem causado certo debate entre fãs e especialistas. Alguns dos traços vocalmente citados remetem a influências reconhecíveis.
Há uma parte significativa da comunidade musical que questiona até que ponto há transparência sobre a natureza artificial da artista. Comentários apontam que muitos ouvintes podem não estar plenamente cientes de que se trata de uma criação digital. Isso gera discussões sobre autenticidade, expectativas do público e ética no uso da IA para criar performatividade musical.
Além disso, surgem preocupações relacionadas a direitos autorais, já que a IA usada para gerar vocais e produções pode estar baseada ou treinada em amostras ou estilos protegidos. Também se discute como serão divididos os lucros gerados por essa música entre os criadores humanos e os mecanismos automatizados envolvidos.
Para a gravadora envolvida, o investimento representa uma aposta no futuro da indústria musical: projetos que unem tecnologia, criatividade e inovação, mesmo que ainda envoltos em incertezas legais e éticas. O sucesso inicial aponta que há espaço para esse tipo de experimento, desde que haja clareza para o público.
Essa publicação é fruto de uma parceria especial entre a Revista Raça Brasil e o Fórum Brasil Diverso, evento realizado pela Revista Raça Brasil nos dias 10 e 11 de novembro, que celebra a diversidade, a cultura e a potência da música negra brasileira. Não perca a oportunidade de participar desse encontro transformador — inscreva-se já www.forumbrasildiverso.org