Casal que imitou macacos em roda de samba fala pela primeira vez em depoimento
O casal que foi filmado imitando macacos durante uma roda de samba no centro do Rio de Janeiro afirmou, em depoimento oficial, que o vídeo foi recortado, uma vez que imitaram diversos animais “durante uma dança criativa”.
Ambos declararam que “imitaram vários bichos, entre eles caranguejo, pássaros, elefante e macaco, além de uma árvore”, à 2ª Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais, contra Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância (Decradi) em São Paulo, no inquérito da Polícia Civil do RJ que apura racismo.
Thiago Maranhão relatou que, durante a dança, ele e Carolina de Palma imitaram vários animais e que não foram interrompidos ou abordados por ninguém enquanto dançavam. Eles só pararam por volta das 2h do sábado, 20 de julho, ao perceberem que o celular de uma amiga havia sido furtado. Depois de falar com os seguranças, foram embora do local.
Na manhã seguinte, Thiago verificou o perfil da roda de samba e encontrou um vídeo editado que mostrava apenas o momento em que imitam um macaco e uma árvore. Ele alegou que o vídeo era um “trecho recortado e fora de contexto” e que, se sua dança tivesse sido realmente ofensiva, ele teria sido confrontado na hora.
O professor também afirmou que, após a divulgação do vídeo editado, passou a sofrer ataques nas redes sociais e uma campanha difamatória na imprensa. Segundo Thiago, foi criada uma narrativa negativa baseada em um pequeno trecho do vídeo gravado sem autorização.
Em sua defesa, Thiago Maranhão explicou que sempre utilizou a diversidade cultural brasileira como tema para suas danças e que nunca teve a intenção de desrespeitar a cultura de ninguém. Ele também acusou a jornalista Jackeline Oliveira, responsável pelas imagens, de agir de forma “leviana e mentirosa”, sugerindo que as imagens foram divulgadas de maneira a dar uma falsa impressão de racismo.