Casal se fantasia de “nega maluca” e causa indignação
Caso repercutiu nas redes sociais e causou indignação
Em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, um casal foi fantasiado de “nega maluca” em uma festa evangélica e causou indignação. Eles pintaram o rosto de tinta preta e usaram perucas de cabelo afro e publicaram o registro nas redes sociais.
As imagens viralizaram na última segunda-feira (25) e causaram indignação. Usuários criticaram a escolha do casal, denunciando a prática de “blackface”, quando uma pessoa branca se fantasia de negro para entreter outros brancos usando estereótipos que ridicularizam pessoas negras. Depois da repercussão negativa, o casal apagou a foto do perfil e mudou o status da conta para o modo privado.
A festa foi promovida pela Igreja Batista Atitude, que emitiu uma nota em resposta aos questionamentos sobre o blackface. De acordo com a nota, “os participantes foram vestidos de fantasias escolhidas a critério de cada um, individualmente”, a nota também diz que “as partes envolvidas não tinham conhecimento do que é “Blackface””. E ainda afirma que não admite qualquer tipo de discriminação.
Uma notícia-crime foi apresentada junto ao Ministério Público pelo vereador Yuri Moura (PSOL). Ele é presidente da Comissão de Educação, Assistência Social e Defesa dos Direitos Humanos da Câmara de Petrópolis. O MP vai apurar se houve crime de racismo.
Racismo recreativo
“O conceito de racismo recreativo designa uma política cultural que utiliza o humor para expressar hostilidade em relação a minorias raciais. O humor racista opera como um mecanismo cultural que propaga o racismo, mas que ao mesmo tempo permite que pessoas brancas possam manter uma imagem positiva de si mesmas. Elas conseguem então propagar a ideia de que o racismo não tem relevância social. Não se pode olvidar que o humor é uma forma de discurso que expressa valores sociais presentes em uma dada sociedade”, diz o documento apresentado.