Revista Raça Brasil

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Crédito: Veetmano/AgenciaJCMazella

Cinco anos sem justiça: o que aconteceu com o caso do menino Miguel?

Cinco anos após a morte de Miguel Otávio, criança negra vítima de negligência no Recife, a única condenada pelo caso segue em liberdade e ainda não há decisão final da Justiça

 

Nesta semana, completaram-se cinco anos da morte de Miguel Otávio Santana da Silva, menino negro de 5 anos que caiu do 9º andar de um prédio de luxo no Recife. O caso, que chocou o Brasil em 2020, segue sem desfecho judicial definitivo, apesar da comoção nacional e da cobrança de responsabilização por parte da sociedade civil.

Miguel estava sob os cuidados de Sari Corte Real, então primeira-dama do município de Tamandaré, enquanto sua mãe, Mirtes Renata, trabalhava como empregada doméstica no mesmo apartamento. Em um intervalo em que Mirtes saiu para passear com o cachorro da patroa, Sari permitiu que o menino entrasse sozinho no elevador. Ele subiu até o 9º andar do edifício e caiu de uma altura de 35 metros, morrendo na hora.

Imagens de câmeras de segurança comprovaram que Sari apertou um dos botões e deixou Miguel sozinho no elevador. A Justiça de Pernambuco a condenou, em 2022, a 8 anos e 6 meses de prisão por abandono de incapaz com resultado em morte. No entanto, ela segue em liberdade enquanto aguarda o julgamento de recursos.

Cinco anos depois, a sensação de impunidade permanece. A família de Miguel, especialmente sua mãe, segue em busca de justiça e por reconhecimento da responsabilidade no crime. Mirtes se tornou uma voz ativa no enfrentamento ao racismo e à desigualdade de classe, denunciando como essas violências atravessam a vida da população negra no Brasil.

O caso de Miguel continua sendo um símbolo da luta por justiça para crianças negras em um país onde as estruturas de poder frequentemente falham em protegê-las.

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