Revista Raça Brasil

Compartilhe

Cinema negro nas escolas é um direito, não apenas uma opção

O cinema tem um papel fundamental na construção de imaginários e na formação crítica dos estudantes. No Brasil, onde o racismo estrutural ainda é um desafio, incluir produções do cinema negro nas escolas é mais do que uma questão de representatividade – é um direito e uma ferramenta pedagógica poderosa.

A cineasta e pesquisadora Darwin Marinho destaca que o cinema negro não deve ser apenas um complemento nas escolas, mas um eixo central para uma educação antirracista. Em artigo publicado pelo Brasil de Fato, ela ressalta que produções como Cabeça de Nego (Déo Cardoso) e Òpárá de Òsún: Quando Tudo Nasce (Pâmela Peregrino) proporcionam aos estudantes negros o reconhecimento e pertencimento, ao mesmo tempo em que ajudam a toda a comunidade escolar a compreender como o racismo estrutural opera no cotidiano.

Desde 2003, a Lei 10.639 tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas, mas sua implementação ainda enfrenta desafios. Além disso, a Lei 13.006/2014 determina a exibição de ao menos duas horas de filmes nacionais por mês na educação básica, o que abre espaço para que o cinema negro ocupe as salas de aula. No entanto, como apontado por Marinho, para que essas leis sejam efetivas, é necessário fortalecer políticas públicas, garantir acervos audiovisuais acessíveis e investir na formação dos educadores.

Iniciativas como a Chuvisco, que desenvolveu materiais pedagógicos para trabalhar Cabeça de Nego nas escolas, mostram como o cinema negro pode ser incorporado ao aprendizado de forma ativa. Além de estimular debates sobre racismo e ancestralidade, esse tipo de ação fortalece o protagonismo estudantil e aproxima a educação da realidade dos alunos.

O cinema negro não deve ser visto apenas como um recurso opcional nas escolas. Ele é um direito dos estudantes e um instrumento essencial para uma educação mais justa e inclusiva. Como reforça Darwin Marinho, garantir a presença dessas produções no ambiente escolar não é um favor, mas um compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira e a formação de cidadãos mais críticos e conscientes.

Fonte: Darwin Marinho – Brasil do Fato


Se você gostou deste conteúdo e deseja receber no seu email as principais notícias da RAÇA, assine a “Newsletter da Revista RAÇA”, clicando aqui.

Publicidade

Open chat
Preciso de Ajuda
Olá 👋
Podemos te ajudar?