Citando questão racial, IBM desiste de reconhecimento facial

A IBM não fará mais parte do mercado de tecnologias para reconhecimento facial. Em uma carta aberta enviada ao Congresso dos Estados Unidos, o CEO Arvind Krishna anunciou não só que a empresa não vai mais desenvolver, oferecer, endossar ou investir em softwares ou recursos do tipo, como irá se opor ao seu uso para monitoramento em massa e vigilância da população.

Arvind Krishna, CEO da IBM, manifestou apoio à Lei de Justiça no Policiamento, um projeto assinado por senadores dos EUA que propõe uma reforma geral nas forças policiais. Krishna também disse que a empresa agora se opõe ao desenvolvimento de tecnologias de reconhecimento facial para vigilância em massa, perfilamento racial ou qualquer tipo de violação de direitos humanos ou liberdades.

O executivo também diz ser o momento para uma ampla discussão sobre o futuro da vigilância e o uso de tecnologias que apesar de ser vista por muitos como uma medida eficaz na busca por criminosos, l levantou muitos debates ao longo dos últimos anos, conforme a tecnologia se desenvolveu a ponto de ser usada por órgãos de segurança. Um viés racial nessas tecnologias foi questionado, mostrando que sistemas de algumas empresas (incluindo da IBM) tinham mais dificuldade em diferenciar negros, por exemplo.

Um estudo inédito pela Rede de Observatório da Segurança – que conta com centros de estudo de violência da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Cândido Mendes (RJ), Universidade Federal do Ceará (UFC), Iniciativa Negra (BA) e o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares, de Pernambuco – diz que 90% das 151 pessoas presas com base em câmeras de reconhecimento facial são negras.A Bahia aparece em primeiro lugar com 51% das prisões, seguida do Rio de Janeiro, com 37,1%.

A tecnologia de reconhecimento facial é a menina dos olhos da área de segurança pública. Portanto, grande ameaça para pessoas negras, principalmente as que vivem em bairros periféricos das cidades brasileiras.

O governo federal  criou a portaria nº 793 em outubro de 2019, que permite o uso do dinheiro do Fundo Nacional de Segurança Pública para a melhoria do videomonitoramento.

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