Cliente de hamburgueria diz que mulher negra e lésbica não deve preparar seu lanche

Ao pedir lanche, homem diz que estabelecimento não deveria contratar “esse tipo de gente para trabalhar” se referindo à funcionária negra e lésbica

Na última quinta-feira (17), uma jovem de 23 anos registrou um boletim de ocorrência denunciando o cliente da hamburgueria em que trabalha por racismo. Joelma Figueiredo afirmou que, no último sábado, um cliente enviou mensagem para o estabelecimento pedindo que ela não preparasse seu lanche por ela ser negra e lésbica.

Nos prints da conversa no WhatsApp, divulgados pela vítima, o autor das ofensas assume ser “preconceituoso e racista” e ainda escreve que a empresa não deveria contratar “esse tipo de gente para trabalhar”. O caso aconteceu em Parnaíba, litoral do Piauí.

“Desculpe a pergunta, mas meu hambúrguer poderia ser feito por outra pessoa? Lanchei aí na quarta-feira e vi que meu hambúrguer foi feito por uma pessoa que não é do meu agrado”, escreveu o cliente na mensagem. Ele ainda continuou: “Ela é lésbica e negra, entenda meu lado”.

A funcionária da hamburgueria responsável pelo atendimento aos clientes mostrou as mensagens para Joelma. Indignadas, elas responderam que “negra e lésbica é a melhor chapeira da cidade”.

Joelma teve medo de ir à delegacia formalizar a denúncia por conta dos ataques que vem sofrendo nas redes sociais e pela impunidade do caso. Porém, a advogada Mayara Portela, presidente da Subcomissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Piauí (OAB-PI), a convenceu a fazer a denúncia e, além do acompanhamento jurídico, está prestando ajuda psicológica à jovem.