Revista Raça Brasil

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Com coragem e firmeza, Erika Hilton processa Antonia Fontenelle por discurso de ódio

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), uma das vozes mais firmes na defesa dos direitos humanos no Congresso, entrou na Justiça contra a influenciadora Antonia Fontenelle após ser alvo de falas violentas, racistas e transfóbicas em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Fontenelle se referiu a Erika como “preta, do cabelo duro, como todos os pretos são” e ainda afirmou que ela e outros parlamentares “querem ser brancos e loiros porque vocês não são”. Em tom ameaçador, declarou também que, se confrontada, “vai puxar a peruca e deixar careca”.

A ação judicial movida por Erika cobra uma indenização de R$ 50 mil por danos morais. Mas, para além do valor, o processo tem um propósito maior: enviar um recado claro de que discursos de ódio não podem ser normalizados — especialmente quando miram corpos que há séculos lutam por respeito e por um espaço de fala. “Não é só por mim. É por todas nós que viemos antes e pelas que ainda virão”, disse a parlamentar.

Os advogados da deputada afirmam que o vídeo ataca diretamente sua dignidade, honra e imagem pública, configurando racismo, injúria racial e transfobia. A defesa também lembra que o Supremo Tribunal Federal já reconhece a homotransfobia como uma forma de racismo, um crime inafiançável e imprescritível.

As ofensas ocorreram após Erika votar contra um projeto de lei que altera a progressão de pena em crimes hediondos. Mesmo dentro de seu papel legítimo no debate político, foi atacada em sua aparência, cor da pele e identidade de gênero — uma violência que não é nova, mas que continua ferindo mulheres negras e trans em sua luta diária por existência e dignidade.

“Quando uma mulher trans, negra e periférica ocupa um cargo de poder, não é só sua opinião política que é questionada — é sua própria humanidade que é constantemente colocada em jogo”, reflete Erika em suas redes.

O processo também tem um caráter educativo. Para Erika, ações como essa são um chamado à responsabilidade: quem tem alcance precisa entender que suas palavras podem ferir, incentivar e perpetuar violências históricas.

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