Revista Raça Brasil

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Comunidade negra busca recuperar Elite Clube em Uberaba

No bairro São Benedito, em Uberaba, o Elite Clube guarda histórias que não cabem só nas paredes do prédio fundado em 27 de abril de 1964. Durante décadas, foi espaço de lazer, convivência e, principalmente, resistência para a comunidade negra, integrando o movimento dos Clubes Sociais Negros, essenciais na luta contra o racismo em Minas e no Brasil.

Mas o Elite vive hoje um impasse. Embora reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), está ocupado ilegalmente desde 2019. Para tentar mudar essa realidade, integrantes da comunidade criaram uma comissão que, na última segunda-feira (23), fez um protesto em frente ao clube. O grupo quer garantir que o espaço permaneça fiel à sua história e não seja usado por quem não tem compromisso com sua preservação.

“O reconhecimento federal ajuda a proteger memórias e lugares importantes para tantos mineiros”, afirma o advogado Hosenclever de Souza Pacheco Filho, da Associação Mineira de Clubes Sociais Negros, que está tomando providências legais.

O IPHAN acompanha o caso desde 2014, quando iniciou o mapeamento nacional dos Clubes Sociais Negros. O processo segue tramitando e, no próximo dia 3 de julho, haverá uma nova reunião para discutir o reconhecimento imaterial desses clubes como “Lugares de Memórias”.

O Elite Clube, que teve seu patrimônio incorporado ao Centro Nacional de Valorização da Raça Negra (CENEG) em 2014, enfrenta desafios jurídicos que paralisaram suas atividades. A mobilização atual quer devolver vida ao lugar, resgatando seu papel como símbolo de orgulho e identidade negra em Uberaba.

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