Grupo centenário preserva tradições afro-brasileiras e aguardou decisão do Conselho Estadual do Patrimônio
No último 13 de maio, Dia da Abolição da Escravatura no Brasil, aconteceu a revalidação de seu título da Comunidade Quilombola dos Arturos, em Contagem. A comunidade destaca-se como , um dos maiores símbolos de luta por liberdade. Fundada há mais de um século por Arthur Camilo Silvério e Carmelinda Silva, descendentes de africanos escravizados, o grupo manteve vivas tradições como o Congado e a Festa de Nossa Senhora do Rosário.
A comunidade aguardava a revalidação de seu título como Patrimônio Cultural Imaterial de Minas Gerais, concedido em 2014. O processo, que ocorre a cada dez anos, seria analisado pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep) ainda em maio. O relatório de reavaliação foi elaborado em parceria com o Iepha-MG e a prefeitura de Contagem, incluindo pesquisas etnográficas e acompanhamento das manifestações culturais locais.
Preservação e reconhecimento
A revalidação era essencial para garantir a continuidade das políticas de salvaguarda. Em 2024, um comitê gestor foi criado para fortalecer a proteção das tradições dos Arturos, que incluem danças, música e rituais religiosos. O Mestre José Bonifácio, liderança da comunidade, destacou que o reconhecimento oficial permitiu maior liberdade para manter suas manifestações culturais sem obstáculos.
Além dos Arturos, outras expressões da cultura negra mineira já receberam o título de patrimônio, como os sistemas culinários do milho e da mandioca e os Congados. Em novembro do ano passado, no Dia da Consciência Negra, Aleijadinho tornou-se o primeiro homenageado negro na Sala dos Grandes Mineiros, no Palácio da Liberdade.
Celebração da resistência
Durante entre os dias 9 e 11 de maio, a comunidade realizou a tradicional Festa da Abolição, com cortejos, missa conga e encenações teatrais sobre o fim da escravidão. O evento reuniu grupos congadeiros de vários quilombos, reforçando os laços culturais que atravessam gerações.
