Congolês é espancado até a morte no Rio de Janeiro
O jovem de 25 anos foi espancado por cinco homens na última semana depois de cobrar por pagamento atrasado
Na última semana, um jovem congolês foi espancado até a morte no Rio de Janeiro. Moïse Kabamgabe, de 25 anos, trabalhava em um quiosque próximo ao posto 8 da praia da Barra, na zona oeste da capital e, de acordo com a família, foi espancado por cinco homens ao cobrar o pagamento que não recebia há dois dias.
Testemunhas contam que o jovem teve as mãos e pernas amarrados juntos por uma corda e que as agressões duraram, pelo menos, 15 minutos. Pedaços de madeira e um taco de beisebol foram usados contra ele. O corpo de Kabamgabe foi encontrado amarrado a uma escada, já sem vida. As imagens do crime foram gravadas pela câmera de segurança do quiosque.
Os familiares do congolês só foram avisados sobre o crime na terça-feira (25), 12 horas depois que ele havia acontecido. O corpo de Moïse Kabamgabe foi enterrado ontem (30), no Cemitério de Irajá, zona norte do Rio de Janeiro.
Protestos e denúncia
A morte de Moïse Kabamgabe está sendo investigada pela polícia. No sábado, os familiares do rapaz fizeram um protesto pedindo informações e denunciando o Instituto Médico -Legal (IML), eles alegam que os órgãos da vítima foram retirados sem autorização da família.
Ao G1, a prima de Moïse contou que quando chegaram ao IML eles encontraram o corpo dele sem os órgãos. “Quando a notícia chegou até nós, fomos no IML na terça de manhã e a gente já encontrou ele sem órgão nenhum, sem autorização da mãe, nem autorização dele de ser doador de órgão. Onde estão os órgãos? Nós não sabemos. Em menos de 72h ele foi dado como indigente. Infelizmente, a gente vive aqui, mas estamos na insegurança”, disse.
Segundo as informações da Polícia Militar, os agentes chegaram ao local depois do Samu e acionou a Divisão de Homicídios. A Polícia Civil afirma ter ouvido oito pessoas e diz que está analisando as imagens das câmeras, além disso, o órgão negou que os órgãos do jovem tenham sido retirados no IML.
A família do congolês deixou a África em 2014, fugindo da guerra e da fome em seu país. Para eles, o racismo motivou a violência contra Moïse Kabamgabe.